Pesquisa aponta que número de turistas estrangeiros aumentou quase 30% nesta temporada em SC
O turismo em Santa Catarina representa 13% da movimentação econômica do Estado. E este bom momento no setor foi apresentado, nesta terça-feira, 3, pela Fecomércio SC, com a Pesquisa Turismo de Verão no Litoral Catarinense 2018. O relatório aponta que o percentual do público estrangeiro mais do que dobrou em relação a 2017, passando de 12,4% para 29%. E os turistas desembolsaram 33,9% a mais que o ano anterior.
“O turismo é vital para economia do Estado. Estes números mostram que Santa Catarina tem se tornado cada vez mais atraente, especialmente no exterior. Por isso, vamos continuar com os investimentos em infraestrutura e segurança”, enfatizou o governador Eduardo Pinho Moreira.
MAIS EMPREGOS
A pesquisa mostra ainda que para atender o aumento no fluxo de clientes, 39,4% dos estabelecimentos contrataram funcionários extras, especialmente bares e restaurantes, mercados e supermercados. A admissão foi maior na hotelaria com 63,2%.
O secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Leonel Pavan, disse que a pesquisa demonstra a evolução do Estado no setor do turismo. “Este avanço não aconteceu por acaso. Todos os envolvidos - governo, trade, empresário, conselho estadual e outros - focaram muito naquilo que o turista busca encontrar. E assim evoluímos, conseguimos superar outros estados e, ao longo do ano passado, crescemos 6,5% no setor, enquanto o Brasil na média, encolheu”, explicou Pavan.
A PESQUISA
Os dados são apurados com turistas e empresários desde 2013. Neste ano, o levantamento foi feito em Balneário Camboriú, Bombinhas, Florianópolis, Garopaba, Imbituba, Laguna, Porto Belo e São Francisco do Sul, nos meses de janeiro e fevereiro.
O presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, observou que para qualificar os destinos turísticos é preciso conhecer o comportamento de quem vem a Santa Catarina. Conforme ele, com a pesquisa os empresários e o setor público têm nas mãos uma ferramenta para melhorar o planejamento e a gestão, com uma série de indicadores estratégicos para tomada de decisão.
VISITANTES
Destaque para os argentinos, com uma fatia de 23,5% em 2018. Entre os brasileiros, 71%, o grupo mais representativo é do Rio Grande do Sul, 29,3%, acima inclusive do público catarinense.
PERFIL DO TURISTA
Nos últimos cinco anos a classe C foi o maior motor do turismo catarinense, variando de 57% a 65% do público desde o início da série histórica. Dois movimentos chamam a atenção nesta temporada: o aumento da presença da classe A B de 14% para 19% e o recuo da D, de 14% para 9%.
O turismo na temporada é majoritariamente terrestre, 90%. Sete a cada 10 chegam ao destino de carro: 52,6% dos brasileiros, 15,3% dos argentinos, 1,6% dos uruguaios e 1,3% dos paraguaios - e os outros 15% de ônibus em linhas regulares ou fretados. A maioria, 55,9% dos visitantes, também utiliza veículos próprios para deslocamento dentro da cidade.
Os principais tipos de hospedagem foram os imóveis alugados 35,2%, hotéis/pousada/hostel 33,4% e casa de parentes/amigos 20%.
Até 2016, a divisão de turistas por sexo era bastante equilibrada. Em 2017 e 2018 houve uma oscilação no perfil: em 2017 predominou o sexo feminino (60,6%) e em 2018 o público foi mais masculino (66,5%).
IMPACTO PARA EMPRESÁRIOS
Os turistas desembolsaram em média R$ 4.130,90 na temporada, 33,9% a mais do que 2017 (R$3.085,26). O valor é calculado levando em conta a média de gastos por tipo, conforme relato dos turistas. Enquanto os gastos com lazer representaram aumento de 42,3% em relação ao ano anterior, as compras no comércio caíram 13,5%.
Apesar da alta no ticket médio - valor médio que cada cliente gastou nas compras em um estabelecimento, exceto hotelaria - de R$ 135,28 para R$ 156,11, na percepção de mais da metade dos empresários o faturamento encolheu 8,1% em comparação a temporada passada. Já em relação ao outros meses, a avaliação é positiva (34,1%).
Nas agências de viagens e operadores turísticos, que vendem de ingressos a pacotes completos de viagens, a alta chegou a 82,2%.
SETOR HOTELEIRO
O gasto médio no setor de hotelaria foi de R$ 816,41, crescimento de 26% em relação ao ano anterior. Na comparação com os outros meses, houve aumento de 68,3% no faturamento, puxado pelo aumento na média de permanência (5,8 dias) e taxa de ocupação (81,6%). A expansão no número de leitos (7,9%) também aponta mais otimismo e o início da recuperação do nível de investimentos do setor.
Da Redação