Passado, presente e futuro: a trajetória do MarchettiBonetti+Arquitetos
Giovani Bonetti, um dos sócios-fundadores do escritório, fala sobre as três décadas de sucesso e antecipa detalhes de projetos que vão mudar a face da cidade
Imagem da Ilha: O escritório MarchettiBonetti+Arquitetos celebrou em outubro, 30 anos. Há poucos dias, foi lançado um livro comemorativo. Uma exposição também fez parte da programação. Você pode detalhar melhor essas ações?
Giovani: Chegamos aos 30 anos trilhando um caminho de construção de uma trajetória pautada na construção de valores sobre arquitetura e urbanismo, mas também reforçando os valores pessoais na relação com clientes, colaboradores e fornecedores.
Imagem da Ilha: Nesses 30 anos, o escritório desenvolveu projetos totalizando quase 4 milhões de metros quadrados construídos. Como funciona a dinâmica do trabalho?
Giovani: Nossa prática se pauta na colaboração. Todo projeto nasce com uma oficina 360, que nada mais é que uma oficina de design thinking, onde montamos um mapa de desejos do cliente, envolvendo a família e o nosso time. Desta forma temos munição para partir para a conceituação do projeto. Fazemos isso de uma forma também colaborativa entre os sócios em reuniões de troca em um brainstorming interno.
Imagem da Ilha: Como nasce um projeto?
Giovani: Deste brainstorming interno, iniciamos os ensaios de desenhos e então aí o projeto começa a ganhar forma.
Os sócios Giovani Bonetti, Taís Marchetti Bonetti e Luiz Fernando Motta Zanoni (E) ressaltam a importância da escuta e do respeito ao cliente em cada projeto, reafirmando que a arquitetura vai além do desenho — é uma experiência.
Imagem da Ilha: Como se dá o processo para captar a vontade e a necessidade do cliente?
Giovani: Do resultado da oficina e do nosso brainstorming, apresentamos o projeto conceito onde trabalhamos todos os imputs recebidos na oficina... Ali o cliente expressou todos seus desejos, o que curte, o que nunca deve faltar, o que acha que nunca deveria ter no projeto, a materialidade desejada, entre outros.
Imagem da Ilha: Nos últimos anos, o comando societário do escritório passou por transformações. Como foi essa mudança?
Giovani: Em viagens e visitas constantes à Dinamarca, DK, nos aproximamos de alguns escritórios importantes e com longa trajetória. Percebemos que muitos deles, mantinham a longevidade de décadas, com sócios de diferentes faixas etárias. E vimos que isso traduzia uma perenidade para o escritório. E fazia uma fusão entre experiência e inovação. Isto nos fez refletir que poderia ser um caminho para irmos mais longe. Esta foi a razão de chamarmos o colega Luiz Fernando Zanoni para a fusão entre o ARCHDESIGN e a MARCHETTIBONETTI +.
Imagem da Ilha: O MarchettiBonetti+Arquitetos virou referência quando o assunto é arquitetura com propostas contemporâneas. Quais as características básicas que um projeto "moderno" precisa ter?
Giovani: Penso que possuímos um DNA de inquietude, que nos faz valorizar pesquisas, experiências e viagens... Sempre à procura de inovação. Tanto no assunto arquitetura como também em práticas, técnicas e metodologias de trabalho.
O escritório MarchettiBonetti + Arquitetos lançou seu livro "MarchettiBonetti + Arquitetos" em evento que aconteceu no início de outubro, em Florianópolis, celebrando três décadas de inovações e conquistas na arquitetura catarinense.
Imagem da Ilha: Um dos marcos da trajetória do escritório foi a Cidade Criativa Pedra Branca. Como foi projetar um "bairro-cidade" sustentável?
Giovani: Esta foi uma experiência transformadora, no âmbito pessoal e profissional. E de um aprendizado gigante. Abriu nosso olhar para um tema relevante sobre a construção das cidades. E o que a arquitetura de boa qualidade pode repercutir no ambiente urbano. Nos fez entender a importância de nossa atuação como arquitetos e urbanistas.
Imagem da Ilha: Há 30 anos, os debates sobre urbanismo em Florianópolis estavam apenas começando. Hoje, o assunto, muitas vezes, mobiliza a opinião pública. Você costuma dizer que seu objetivo é criar pensando em primeiro lugar nas pessoas. O que isso significa na prática?
Giovani: Pessoas são o foco de nossa atuação. Pessoas vivem em lugares… Suas casas… Suas cidades… Em casa, a arquitetura importa para seu bem estar proporcionando conforto, beleza… A arquitetura proporciona beleza e funcionalidade …. E reflete no desenho das cidades … E a qualidade urbana, desde os espaços públicos, as calçadas, o desenho urbano, proporcionam vida urbana e felicidade para as pessoas.
Com três décadas de atuação, a MarchettiBonetti+Arquitetos construiu um portfólio que evidenciou a maneira como a arquitetura é entendida pela equipe. Na foto, a expisição MB+ 30 anos realizada no início deste mês.
Imagem da Ilha: O escritório está trabalhando num novo e ambicioso projeto da Hurbana com forte impacto em Florianópolis, o Passeio Bocaiúva, na Bocaiúva - uma das ruas mais importantes e valorizadas do Centro da cidade. O que é possível antecipar sobre ele?
Giovani: Estamos participando do projeto de interface do ambiente comercial do térreo com a cidade, a articulação deste empreendimento com a calçada, com a cidade.
Imagem da Ilha: Vocês estão fazendo alguma sintonia fina para mitigar eventuais prejuízos ao trânsito na região?
Giovani: Estes são assuntos que estão sendo tratados com muito cuidado e ainda precisamos de muito aprofundamento. Mas estamos gerando também uma nova centralidade, que contribui para esta mitigação.
O escritório revela, tanto no livro como na exposição, os diferenciais de planejamento, gestão e execução de projetos, apresentando as premissas, os conceitos e as estratégias definidas pelos sócios.
Imagem da Ilha: Recentemente, o prefeito Topázio Neto anunciou que espera iniciar nos primeiros meses de 2025 a obra do Parque Urbano e Marina Avenida Beira-Mar. Você está trabalhando nesse projeto, aguardado há anos. Dessa vez sairá do papel?
Giovani: Com certeza… Já está tudo aprovado e aguardando a última etapa do licenciamento ambiental, com a emissão da LAI.
Imagem da Ilha: O Eco Brutalismo é a tendência arquitetônica do momento?
Giovani: É, mas não é um Eco Brutalismo. A gente acha que a palavra não é essa. Mas a questão da biofilia, sim. A gente está trabalhando com fachadas biofílica, onde hoje, a gente tenta trazer a natureza mais próxima da edificação.
Imagem da Ilha: Você é praticante do cicloturismo. Conte alguma das suas "aventuras" sob duas rodas...
Giovani: São muitas e contribuíram muito na percepção de que uma cidade pode se transformar sob o ponto de vista do ciclista como também do pedestre…. Na contribuição da construção de cidades aos nossos pés.
Equipe do MarchettiBonetti+Arquitetos na festa de lançamento do livro.
Da redação
Entrevista produzida por Urbano Salles
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