Gasto médio de pescado para sexta-feira Santa tem queda de 35% em Florianópolis
A Semana Santa tem recuo em até 35% nas vendas de peixes em Florianópolis. Os comerciantes, donos de peixarias, ressaltam que esta é a melhor época do ano para as vendas, mas com a proibição de diversas espécies, os consumidores levam peixes com valores mais altos em quantidade bem menor, o que resulta numa queda alarmante.
De acordo Manoel Guimarães, proprietário da peixaria Guimarães no Mercado Público da Capital, os peixes mais procurados são a garoupa e o cação, populares para o preparo do “ensopado” nesta época. “Com a proibição dessas espécies, a população tem buscado alternativas como o filé de congro rosa e o meca, assim como a corvina e o paru”, conta.
Em contrapartida, o consumidor que estava acostumado a pagar um valor acessível pelos peixes tradicionais a exemplo da garoupa (R$ 45,00 o quilo) e do cação (R$ 18,00 o quilo); hoje, se optar pelo filé de congro rosa o valor ficou mais salgado, sendo comercializado por R$ 80,00 o quilo. “Por ser um produto muito mais caro, os clientes compram apenas um quilo e complementam com espécies mais em conta”, comenta Guimarães.
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Segundo levantamento feito com as peixarias do Mercado Público, os consumidores estão desembolsando em média R$ 150,00, variação de 35% a menos em relação a 2016 (entre R$ 230,00 e R$ 240,00). Os comerciantes mostram-se desanimados com as vendas em baixa e preocupados com estoque alto. “Os consumidores estão levando porções menores, já que o preço do produto, carro-chefe da semana Santa, não agrada”, lamenta Guimarães.
De acordo com Hélio Leite, gerente de articulação de negócios da CDL de Florianópolis, o recuo nas vendas está atrelado à crise econômica e, principalmente, à vigência da portaria 445/2014, que passou a valer em dezembro de 2016. “A portaria proíbe a captura e a venda de 475 espécies de peixes. Esta é a primeira sexta-feira Santa com a proibição e muitas das espécies tradicionalmente consumidas pelos catarinenses, como a garoupa, o miraguaia, o cherne, os cações e as raias, estão proibidas. Sem eles, o consumidor acaba comprando menos”, avalia Leite.
Ainda segundo Leite, os comerciantes buscam alternativas para quem faz questão de consumir as espécies, como cação importado e garoupa de outras regiões do país ou tipos. A portaria não prevê um período de término. Leite avalia que, com a portaria, peixarias e restaurantes terão que oferecer cada vez mais diferentes alternativas ao consumidor e trabalhar numa verdadeira mudança no costume dos catarinenses para o período.
Da Redação