Explorando a Riqueza dos Vinhos Rosés
Vinhos perfeitos para a estação, rosés podem ser apreciados ao logo do dia
Você já parou para pensar na diversidade e complexidade por trás dos vinhos rosés? Hoje, vamos mergulhar nesse universo, que vai muito além da ideia de que todos são iguais e simples.
Nos primórdios da produção de vinho, os registros revelam que os vinhos rosés eram prevalentes. Inicialmente, isso se deve à prática comum de diluir vinhos, considerada civilizada pelos gregos. Além disso, a combinação de uvas brancas e tintas era comum, resultando em vinhos diferentes dos que apreciamos hoje, mas ainda apresentando certo açúcar residual e taninos. Os tintos puros, por outro lado, muitas vezes eram amargos e tânicos, tornando o rosé a escolha predominante por séculos.
Quando os fenícios introduziram uvas em Marselha, a tradição do rosé continuou, se tornando destaque com os romanos em Provence, considerado hoje o epicentro mundial do vinho rosé. Até mesmo os Bordeaux da Idade Média eram conhecidos como Claret devido à sua cor pálida, tornando-se moda na Inglaterra.
Hoje, quem aprecia vinho percebe a enorme gama de cores nos rosés, influenciada pela moda e pela região. Imagine-se numa praia na Côte d'Azur, onde um vinho leve, fresco e delicado se torna a escolha ideal para saciar a sede.
No que diz respeito aos processos de produção, os rosés são feitos obrigatoriamente pela prensagem de uvas tintas, sendo a pigmentação presente na casca. O método de prensagem direta, utilizando prensas pneumáticas para evitar longa maceração, resulta em vinhos mais claros com tons leves de rosé. Uvas brancas podem ser adicionadas para equilibrar a acidez e reduzir a intensidade da cor.
A maceração curta, por sua vez, extrai cor e estrutura principalmente por meio de uma maceração pré-fermentativa. A duração desse processo, que pode variar de poucas horas a alguns dias, influencia a intensidade de cor, sabores e taninos. Estilos tradicionais como Tavel e alguns rosés espanhóis são produzidos dessa maneira.
Outro método envolve o blend, a mistura de proporções de vinho tinto e branco. Embora a maioria das indicações geográficas europeias não permita esse método, em Champagne é comum adicionar um pouco de tinto ao final do processo para criar os famosos Champagnes Rosés, aliás, por esse motivo eles geralmente são mais caros que seus pares brancos.
Independentemente do método escolhido, a qualidade das uvas, o ponto de colheita e a intenção de estilo são cruciais. Seja para momentos descontraídos à beira da piscina ou para vinhos como Tavel e alguns espanhóis, ideais para longa guarda e que pedem pratos mais intensos e até carnes. Existe um vinho rosé para cada preferência e ele está em alta. Aliás, poucos vinhos combinam tão bem com o nosso verão que os rosés. Qual é o seu favorito?
Texto por: Eduardo Machado Araújo é "Certified Sommelier" e escreve quinzenalmente nesta coluna
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Sobre o autor
Eduardo Machado Araujo
Certified Sommelier - Court of Master Sommeliers
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