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Ex-CEO questiona futuro da Stellantis no mundo
Divergências entre operações europeias e norte-americanas podem levar à separação da montadora

Ex-CEO questiona futuro da Stellantis no mundo
Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, alerta sobre possível divisão do conglomerado global, citando conflitos entre operações europeias e americanas. (Foto: Divulgação)

Publicado em 28/10/2025

Pouco mais de um ano atrás, Carlos Tavares era o homem que definia os rumos da gigante automobilística Stellantis no mundo inteiro. Tudo mudou rapidamente. O executivo português foi desligado da montadora em dezembro e, esta semana, voltou às manchetes ao colocar em dúvida a continuidade do conglomerado criado sob sua gestão em 2021.

Em livro lançado nesta quinta-feira, 23, na França, o ex-CEO aponta grandes divergências de interesses entre os grupos e operações norte-americano, francês e italiano unidos a partir da fusão da PSA Peugeot Citroën com a FCA, Fiat Chrysler Automobiles.

Não só isso! Tavares, conta a agência de notícias Bloomberg, sugere que esse quadro pode resultar em uma dissolução da Stellantis, montadora que hoje reúne 15 marcas de automóveis e comerciais leves — a última, a chinesa Leapmotor, agregada poucos meses antes da saída de Tavares.

Em comunicado, revelou:“Estou preocupado que o equilíbrio entre Itália, França e Estados Unidos se quebre”.

O ex-CEO entende até que uma eventual divisão entre dois grupos — um norte-americano e outro europeu — é um cenário possível. “E há muitos outros: poderia um fabricante chinês, um dia, fazer uma oferta pelos negócios na Europa, com os americanos retomando as operações na América do Norte”, acrescenta.

Tavares foi apeado do principal cargo executivo da Stellantis após diversas mudanças operacionais e perda de participação de mercado sobretudo nos Estados Unidos, em parte motivada por corte de custos e políticas comerciais equivocadas.

Essa equação é contestada agora pelo executivo, que teria decidido antecipar sua aposentadoria prevista, e anunciada bem antes, para o fim deste ano.

A Stellantis é comandada desde junho por Antonio Filosa, que vinha respondendo pela operação norte-americana e pela marca Jeep em todo o mundo depois de consolidar a montadora como líder de mercado na América do Sul, onde detém perto de um quarto das vendas e mais de um terço do mercado brasileiro, o maior da região.

Os mais recentes movimentos do novo CEO, porém, sinalizam disposição para colocar novamente marcas e fábricas estadunidenses em patamar mais elevado dentro do grupo. No começo deste mês, Filosa anunciou robusto programa de investimentos de US$ 13 bilhões nos Estados Unidos.

Os recursos visam o lançamento de cinco produtos totalmente novos nos próximos quatro anos, novos motores e aprimoramento da manufatura, com a produção atual sendo ampliada em 50% e a geração de 5 mil empregos em pelo menos quatro das 34 plantas do grupo no país.

“Acelerar o crescimento nos Estados Unidos tem sido uma prioridade desde o meu primeiro dia”, admite Filosa, apontado por Tavares como uma escolha natural para substituí-lo.

A notícia do ciclo de investimentos e sua finalidade, associada à baixa ocupação de algumas plantas na Europa, geraram desconforto e preocupação do outro lado do Atlântico, inclusive por parte dos sindicatos de trabalhadores franceses e italianos, destaca a Bloomberg.

 

 

 

Da redação

Fonte: AutoIndústria

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