Quem é a gente nossa de Floripa?
Uma homenagem às vozes esquecidas que marcaram a história da cidade com coragem, irreverência e beleza

O nosso personagem da semana não é apenas um – são muitos. São vozes, passos, gestos e histórias que moldaram Florianópolis e que agora ganham novo fôlego nas páginas do livro Gente nossa – personagens de Floripa, do jornalista Ricardo Medeiros. A obra, que será lançada no dia 18 de julho, no Museu Histórico de Santa Catarina, reúne o perfil de dez personalidades que atravessaram o tempo com coragem, talento, irreverência e força, ajudando a construir a identidade cultural da cidade.
É o 14º livro de Ricardo Medeiros, que mergulha com sensibilidade e rigor jornalístico nas trajetórias de seis mulheres e quatro homens. Ao destacar figuras como o passista Lidinho, a cidadã-samba Nega Tide, o poeta JB Costa, a pioneira Dete Piazza e tantos outros, o autor oferece mais que uma coletânea de biografias: oferece um retrato vivo das manifestações artísticas, das tradições e da memória afetiva de uma cidade que, muitas vezes, esquece de se lembrar.
Entre os personagens, estão também Marisa Ramos, a Sophia Loren catarinense, modelo e apresentadora que desafiou os padrões com um maiô de duas peças nos anos 1950. Marinho da Protegidos, escrivão de polícia e também alfaiate, presidiu escola de samba e formou gerações no carnaval da cidade. Lurdinha da Loteria, com sua castanhola improvisada e maquiagem marcante, vendia bilhetes pelas ruas e repartições, conquistando fregueses com charme e simpatia.
Medeiros resgata ainda o humor e a polêmica de Miguel Livramento, manezinho de estatura baixa e frases imortais como "Esse Avaí fax côsa". Traz a ousadia de Dete Piazza, primeira mulher a desfilar de minissaia em plena Rua Felipe Schmidt nos anos 1960, e a dignidade de Drica, mulher em situação de rua cuja organização pessoal e cuidado com o espaço que ocupava chamavam a atenção da comunidade. Também está presente Dona Geninha, viúva e rendeira que fundou duas escolas de samba e se tornou a primeira mulher a comandar uma agremiação carnavalesca na Capital.
“Florianópolis é carente de resgate histórico. Se não tivermos livros, documentários sobre essa gente, estaremos sem memória. E sem memória, sem cultura, sem arte, ficamos cada vez mais pobres”, afirma o autor.
E Ricardo Medeiros sabe do que fala. Com 46 anos de residência em Florianópolis, dos quais apenas quatro foram passados no exterior estudando, ele se tornou um dos principais cronistas da cultura manezinha. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1986 e doutor em rádio pela Le Mans Université, na França, Medeiros também foi professor universitário na Unisul, Estácio e UFSC, e hoje atua como assessor de Comunicação da Secretaria de Educação da Prefeitura de Florianópolis.
Reconhecido com o título de Cidadão Honorário da capital catarinense e com o troféu Manezinho da Ilha Aldírio Simões, ele é autor de obras como Zininho – uma canção para Florianópolis, Uda Gonzaga – a primeira-dama do Morro da Caixa, Aldírio Simões – o manezinho-maior, Dramas no rádio – a radionovela em Florianópolis nas décadas de 50 e 60 e Caros ouvintes – os 60 anos do rádio em Florianópolis.
Ricardo Medeiros, autor do livro
Com Gente nossa – personagens de Floripa, Ricardo Medeiros reafirma seu compromisso com a preservação da memória e da cultura popular de Florianópolis. Uma obra necessária, afetuosa e rica em detalhes, que transforma a vida cotidiana em história e dá rosto, voz e alma ao que somos como cidade.
Serviço:
Lançamento do livro Gente nossa – personagens de Floripa
Data: 18 de julho (sexta-feira)
Horário: a partir das 18h30
Local: Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa
Disponível no link
Da redação
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