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Pinguins chegam mortos às praias de Floripa
371 pinguins-de-Magalhães encalharam na capital catarinense em um mês

Pinguins chegam mortos às praias de Floripa
Resgates revelam o impacto da fome, das redes de pesca e do cansaço extremo nas aves migratórias. (Foto: Associação R3 Animal)

Publicado em 25/07/2025

Entre o final de junho e meados de julho, as praias de Florianópolis foram cenário de um fenômeno que se repete a cada inverno: o encalhe de pinguins-de-Magalhães. No período entre os dias 24 de junho e 23 de julho, 371 aves marinhas foram encontradas ao longo da orla da capital. A maior parte delas já estava morta. Apenas 45 pinguins sobreviveram ao resgate, o equivalente a cerca de 12% dos casos.

Os dados são do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado na cidade pela Associação R3 Animal. Embora o número impressione, ele está dentro da média histórica para esta época do ano, segundo os especialistas.

A razão por trás do alto índice de mortalidade está nas condições da migração. A cada inverno, milhares de pinguins deixam a Patagônia Argentina em direção ao norte, em busca de alimento. Muitos são jovens e inexperientes, que não resistem à longa travessia. Chegam exaustos, desnutridos, com sinais de hipotermia ou mesmo afogamento.

Apesar de parecer improvável, pinguins podem, sim, morrer afogados. Embora sejam exímios nadadores e totalmente adaptados ao ambiente marinho, essas aves respiram por pulmões. Se estiverem debilitadas ou presas em redes de pesca, podem não conseguir emergir a tempo e acabam se afogando.

Somente na última semana do levantamento, entre 16 e 23 de julho, foram 144 pinguins encalhados na capital, 129 mortos e 15 vivos. A tendência é de que os encalhes continuem a ocorrer até outubro, de acordo com a R3 Animal.

Hoje, 18 pinguins seguem em recuperação no CePRAM (Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos), localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho. Eles recebem cuidados diários e são preparados para retorno à natureza, como o primeiro pinguim resgatado com vida em 2025, encontrado no bairro João Paulo, próximo a um riacho. O animal apresentava sinais de contato com rede de pesca e foi salvo em 24 de junho. Agora, um mês depois, está em fase final de reabilitação.

Além da falta de experiência e do esforço físico da migração, outros fatores agravam o cenário: poluição marinha, alterações climáticas e redes de pesca aumentam a vulnerabilidade das aves. A maioria dos animais encalhados é juvenil, o que reforça o desafio da sobrevivência nas primeiras migrações.

O monitoramento da presença dessas aves no litoral catarinense é parte de um programa ambiental obrigatório exigido pelo Ibama, vinculado ao licenciamento das atividades da Petrobras na Bacia de Santos.

 

 

 

Da redação

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