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Nina Rosa transforma aromas em memórias afetivas
Babucha Aromas surge da experiência de vida, do olhar atento às pessoas e da coragem de empreender nos 60+

Nina Rosa mostra que a aposentadoria não é um ponto final, mas um espaço para reinventar-se, aprender e espalhar carinho para quem está ao seu redor. (Fotos: Carolina Beux)

Publicado em 19/08/2025

O nosso Personagem da Semana é Nina Rosa da Cunha Bombo, psicóloga aposentada que, aos 66 anos, desafia qualquer conceito tradicional de aposentadoria. Longe de desacelerar, ela mantém uma vida cheia de projetos, aprendizados e ações que inspiram quem convive com ela. “Eu continuo tão ativa quanto eu fui e engajada também, porém mais especializada nas coisas que eu sei que quero, posso contribuir e fazer por alguém ou por algumas pessoas”, afirma Nina.

Nina nasceu em Porto Alegre e passou a infância mudando-se constantemente por causa do trabalho do pai. Desde cedo, aprendeu a gostar de viagens, de conhecer novos lugares e pessoas. Essa curiosidade a acompanhou por toda a vida e influencia até hoje seus projetos. Ela conta que é comum que, quando alguém a encontra, acabe compartilhando histórias muito pessoais. “As pessoas começam a contar acontecimentos de suas vidas. Para mim, isso faz todo sentido com a profissão que escolhi e também com o que faço hoje”, explica.

Cada aroma carregando um pedaço de história

Depois de atuar como sócia de uma empresa de Recursos Humanos e Segurança do Trabalho em Londrina, Nina se mudou para Florianópolis em busca de novos desafios. Foi então que surgiu a Babucha Aromas, inspirada por um curso de aromas e pelo desejo de criar fragrâncias que tragam memórias e emoções. “Na hora de fazer os produtos da Babucha Aromas, faz toda a diferença eu ter conversado mais com o cliente. Entender do que as pessoas gostam e com o que se identificam é essencial para a intenção que coloco ao produzir cada produto”, conta.

A marca nasceu da vontade de entregar carinho em forma de aromas e experiências sensoriais.

 

O nome Babucha tem um significado afetivo. A mãe de Nina era filha de poloneses, e a palavra é usada como forma carinhosa de se referir às antepassadas, equivalente a vovozinha. “A proposta da Babucha Aromas é entregar aromas com carinho. Assim como quando cozinho, procuro entregar amor em forma de sabor e aromas. Adoro quando meus convidados repetem e gostam dos meus pratos. É como comida de mãe ou de vó, aquela que fica na lembrança”, explica.

Mesmo aposentada, Nina mantém hábitos que contribuem para sua vitalidade. Ela encara cada dia com dinamismo e não se deixa abalar por mudanças ou imprevistos. “Eu vou encarar o dia como ele estiver e vou realizar meus projetos, afirma.

Sua solidariedade também se destaca. Durante a pandemia, ela ajudou a distribuir marmitas para famílias em situação de vulnerabilidade. “Víamos a necessidade das famílias que eram trabalhadoras e não tinham mais emprego, a fome acontecendo a olhos vistos. Fizemos o que estava ao nosso alcance, oferecendo dignidade e carinho para quem realmente precisava”, lembra.

A gratidão também guia suas ações pessoais, especialmente na doação de sangue. Nina participa da prática há muitos anos e acredita que o gesto vai muito além de ajudar alguém: é uma forma de agradecer à vida por tudo que recebeu. “A doação de sangue para mim é uma forma de agradecer por tudo que eu sempre tive, por toda a abundância, saúde, família e raízes que tive e ainda tenho. Por isso, enquanto eu puder, vou continuar doando”, conta. Ela lamenta apenas o limite de idade, que dá apenas mais três anos de possibilidade de doação. “Para mim poderia ser muito mais, porque nunca vou estar agradecida o suficiente por tudo que a vida me deu. Quem doa recebe muito mais do que quem recebe. É um momento íntimo, de conexão e gratidão, mesmo sem ninguém saber da sua ação”, completa.

A leitura como ponte para experiências e aprendizado

A leitura sempre foi uma presença marcante na vida de Nina. “Meu melhor lugar na infância era a biblioteca do meu avô. Imaginava segredos escondidos, fantasias lindas ou amedrontadoras. Gosto de ler porque cada livro é uma nova experiência, uma forma de viajar sem sair do lugar. Recomendo a leitura para todas as idades e estados de espírito”, comenta. Para ela, cada livro é uma oportunidade de aprendizado e de conexão com emoções, ideias e culturas diferentes, reforçando sua visão de que aprender é um processo contínuo e essencial.

A biblioteca foi seu primeiro refúgio; hoje, os livros continuam a nutrir sua curiosidade e criatividade.

 

Nina ainda mantém muitos sonhos e planos. Ela quer viajar mais, conhecer novas pessoas, se engajar em projetos sociais e continuar ajudando familiares e amigos. Para ela, a melhor forma de inspirar outras pessoas da sua idade é pelo exemplo. “Se eu puder servir de inspiração para alguém, isso é o mais gratificante que posso dizer que minha vida serviu para alguma coisa. Vamos fazer o que pudermos de melhor”, conclui.

 

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Da redação

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