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5 destinos seguros para mulheres viajarem sozinhas
Cada vez mais mulheres escolhem explorar o mundo no próprio ritmo, em busca de experiências autênticas e seguras

Mulheres de todas as idades transformam viagens solo em experiências de autoconhecimento, buscando conexão cultural e liberdade para explorar o mundo em seus próprios termos. (Foto: Freepik)

Publicado em 28/09/2025

Viagens solo estão em alta e revelam um movimento de liberdade e autoconhecimento. Cada vez mais mulheres escolhem explorar o mundo em seu próprio ritmo, em busca de conexão cultural e espiritual, bem-estar e autonomia. Viajar sozinha é mais do que uma tendência: é um movimento que simboliza autoconhecimento e empoderamento feminino. 

Dados recentes reforçam essa transformação: segundo a Forbes (Travel Trends Report 2025), 71% dos viajantes solo são mulheres, e 76% da Geração Z e dos Millennials pretendem realizar uma viagem solo em 2025. Já a pesquisa anual do portal Solo Traveler World aponta que mais de 80% das participantes são mulheres, em sua maioria acima dos 55 anos, com alto nível de instrução e forte poder de decisão sobre suas viagens. 

Outros levantamentos mostram que 45% das mulheres planejam viajar sozinhas em 2025, contra 37% no ano anterior, e que 75% pretendem repetir a experiência nos próximos 12 meses (Atlys, 2025). Além disso, o estudo da Condor Ferries estima que 64% dos viajantes globais são mulheres, responsáveis por um gasto projetado de US$ 125 bilhões em 2025, e que 82% das decisões de viagem são tomadas por mulheres. O setor hoteleiro já acompanha esse movimento, com uma taxa de crescimento estimada em 10% ao ano para viagens solo até 2030, adaptando serviços e estruturas para receber cada vez mais esse perfil de viajante. 

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Segundo Estela Assis, especialista em viagens personalizadas, esse cenário mostra que cada vez mais mulheres estão dispostas a explorar o mundo em seus próprios termos, priorizando destinos seguros, experiências autênticas e conexões culturais, deixando de lado o consumo material. “O mundo se transformou uma amplitude de oportunidades para as mulheres. Elas procuram conexões reais, cultura, segurança e a liberdade de explorar o mundo em seus próprios termos. A ascensão da viajante é um testemunho da força, coragem e desejo de autodescoberta. Elas não são apenas turistas, são exploradoras, criadoras de suas próprias narrativas, provando que a aventura é uma jornada interna e externa.”, afirma Estela.

Pensando em inspirar quem deseja transformar sua próxima viagem em um momento de conexão emocional e cultural, Estela preparou uma curadoria especial com cinco destinos acolhedores e seguros para mulheres viajarem sozinhas: 

Lisboa, Portugal 

Viajar sozinha para Portugal é se sentir acolhida em um país que combina hospitalidade, segurança e uma imersão cultural que começa logo nos primeiros passos. Relatórios recentes da Global Rescue e da TimeOut colocam Portugal entre os destinos mais seguros do mundo para mulheres viajantes, reforçando algo que eu mesma senti por lá: liberdade para explorar sem pressa e no meu próprio ritmo. 

Lisboa revela esse lado em Alfama, com suas ruelas estreitas e o fado ecoando de pequenas casas de música, ou no Bairro Alto, onde tradição e modernidade convivem em harmonia. A cada esquina, uma pastelaria convida para um café acompanhado de pastel de nata ainda quentinho, enquanto as tascas servem pratos típicos como bacalhau à Brás e sardinhas assadas, que são parte da alma portuguesa. Subir até o Miradouro da Graça e ver a cidade se abrir ao entardecer é uma experiência que fica gravada. E se o bondinho amarelo cruzando as ladeiras parece cartão-postal, viver esse movimento faz parte do encantamento. 

Mais ao norte, Porto guarda um charme diferente, com o Douro refletindo a cidade, a imponência da Ponte Dom Luís I e o ritual das caves de vinho. Para quem prefere o mar, o Algarve entrega praias de água cristalina, enquanto Sintra parece um mergulho em contos de fadas, com seus palácios e jardins que inspiram uma viagem mais contemplativa e histórica. E se a paisagem muda de cidade para cidade, a gastronomia acompanha esse movimento: um cálice de vinho do Porto, cataplanas de frutos do mar no Algarve ou os travesseiros doces de Sintra tornam a jornada ainda mais autêntica. 

“Portugal tem uma forma única de abraçar a mulher que viaja sozinha. É um lugar onde segurança e autenticidade caminham juntas. Lisboa, em especial, me fez sentir parte da cidade, seja em uma conversa casual em uma pastelaria, seja ao contemplar o pôr do sol no Miradouro da Senhora do Monte. Para quem busca liberdade, cultura e um tempo só seu, é uma escolha que mistura emoção e tranquilidade em cada esquina”, destaca Estela. 

Kyoto, Japão 

Kyoto é um destino que preserva a tradição japonesa em cada detalhe. Viajar sozinha por lá, com o suporte de um travel designer especializado, é abrir espaço para viver o Japão com tranquilidade, sem se perder na complexidade cultural e logística do país. 

A cidade revela seu lado mais autêntico em templos centenários e jardins silenciosos, onde o tempo parece ter outro ritmo. O Kiyomizu-dera, construído em uma encosta, oferece uma das vistas mais emblemáticas de Kyoto. O Pavilhão Dourado, conhecido como Kinkaku-ji, impressiona pelo reflexo das paredes douradas sobre o lago que o circunda. Já o bosque de bambus de Arashiyama cria uma atmosfera meditativa, onde o silêncio, tão valorizado no Japão, se torna parte essencial da experiência. 

Com sorte, é possível cruzar com uma gueixa caminhando discretamente pelas ruas de Gion, bairro que mantém viva uma tradição centenária. Justamente por ser raro, esse encontro se torna ainda mais especial. 

A gastronomia é outro capítulo de Kyoto. A cidade é referência mundial em doces à base de matcha, mas também surpreende nas ruas: barraquinhas de takoyaki preparados na hora, yakitori grelhados que perfumam as esquinas e casas de ramen onde locais e viajantes dividem o mesmo balcão. A comida de rua é higiênica, inventiva e tão saborosa quanto os restaurantes, permitindo explorar sem receio. 

Outro ponto que facilita incluir o Japão, e consequentemente Kyoto, no roteiro é que brasileiras não precisam de visto para entrar no país até 2027. Em um momento em que o Japão vive uma ascensão no número de visitantes internacionais, Kyoto segue como o destino preferido por quem busca tradição, espiritualidade e autoconhecimento. E para mulheres, a cidade traz algo essencial: a segurança de explorar sozinhas, sem abrir mão do cuidado e da liberdade. 

Amsterdã 

Amsterdã parece ter sido pensada para quem viaja sozinha, especialmente quando se busca mais do que turismo, quer pertencimento. A cidade oferece uma malha urbana acolhedora, com ciclovias seguras ao longo dos canais, transporte público eficiente e muita fluidez nos encontros, cafés, passeios lentos, vitrines que convidam à descoberta sem pressa. 

Quem já viajou sozinha por lá compartilha uma sensação rara de conforto: “é um dos lugares mais seguros em que já estive”, escreveu uma visitante após caminhar sozinha às 3 da manhã sem sentir apreensão. Outro texto recente ressalta que “Amsterdã continua figurando entre as dez cidades mais seguras do mundo para mulheres”. A combinação de baixos índices de criminalidade, uso generalizado do inglês e valorização da igualdade formam um ambiente que convida à liberdade com segurança. 

A experiência urbana se vive nos detalhes: pedalar pelas margens dos canais é deslizar entre bicicletas, casinhas e mercadinhos, perder-se nas galerias independentes do bairro de Jordaan é descobrir a generosidade do cotidiano local, seja na conversa com uma vendedora ou na trilha sonora das risadas vindas das mesas de um café, e entrar em um barco para passeio pelos canais é observar a cidade se revelar em reflexos, os edifícios curtos, os pedaços de céu, os pássaros indo e vindo. 

A gastronomia de Amsterdã também merece atenção. Seja um stroopwafel quente comprado no mercado ou um prato simples de arenque servido na barraquinha da rua, a comida fala por si, prática, autêntica e claramente conectada com as pessoas que a prepararam e a consomem. Parar, comer sozinha, sem constrangimento, é mais do que permitido, é celebrado. 

“E se a pergunta é por que Amsterdã figura nas listas que inspiram mulheres a viajar sozinhas, a resposta está aí, os canais, a bicicleta, a luz suave sobre as águas, o trânsito calmo, as pessoas que não estranham uma mulher andando só tarde da noite. Essa fluência entre segurança e liberdade transforma a viagem em uma experiência mais libertadora do que turística, comenta Estela. 

Copenhague, Dinamarca 

Copenhague é dessas cidades onde a viagem se mistura com o bem-estar. Caminhar ou pedalar sozinha pelas ruas largas e silenciosas transmite segurança, mas também uma sensação de leveza rara em grandes capitais. A cidade combina organização impecável com uma delicadeza cultural que se revela em cada detalhe. 

Explorar Nyhavn é se deixar levar pelas casas coloridas refletidas no canal, enquanto em Vesterbro e Nørrebro o encontro é com cafés de mulheres empreendedoras e mercados onde o local se mistura com o contemporâneo. Os spas históricos e as saunas à beira da água são quase rituais de cuidado, lembrando que viajar também é sobre desacelerar. 

Na mesa, a Dinamarca mostra outro lado de sua alma. Do smørrebrød tradicional servido no almoço a uma refeição compartilhada em mercados gastronômicos, a experiência é sobre simplicidade e conexão, o verdadeiro luxo sensorial. 

Copenhague oferece o equilíbrio que muitas mulheres buscam em uma viagem solo: segurança, cultura viva e um espaço para se reconectar consigo mesma, a verdadeira experiência que a Geração Z valoriza cada vez mais. 

Tiblisi, Georgia 

Tbilisi é uma capital que surpreende justamente por não estar entre os destinos óbvios, mas que oferece segurança, autenticidade e uma forma rara de acolhimento. Viajar sozinha por lá é sentir que cada encontro pode virar conversa: moradores se interessam pelas histórias das pessoas, param, escutam e transformam o simples ato de estar na cidade em conexão genuína. 

No coração de Old Tbilisi, as ruas estreitas e as varandas de madeira levam até Abanotubani, onde os banhos de enxofre seguem ativos e revelam o significado do nome da cidade, já que tbili quer dizer “quente”. Entre cúpulas de pedra e salas de vapor, a tradição se mistura ao cuidado com o corpo e à história viva. 

A mesa georgiana é sempre convite à partilha. O khachapuri, pão recheado de queijo, e os khinkali, dumplings cheios de caldo, são pratos que carregam o sabor do cotidiano. E é impossível falar da Geórgia sem mencionar o vinho. Considerado o berço da bebida, o país mantém uma tradição de oito mil anos, produzindo em ânforas de barro chamadas qvevri. Muitas vezes essa experiência acontece em uma supra, o banquete conduzido pelo tamada, o mestre dos brindes, que transforma cada refeição em celebração. Além do urbano, Tbilisi é cercada por montanhas e parques que oferecem trilhas para quem busca silêncio, natureza e um tempo de introspecção. 

Mais do que destino turístico, Tbilisi é um lugar onde segurança e hospitalidade se encontram com cultura e espiritualidade. É uma escolha que transforma a viagem solo em algo autêntico, humano e transformador. Em sua última análise, Estela explica que ao explorar destinos sozinha, a mulher desenvolve maior autonomia, confiança e capacidade de tomada de decisões, aprendendo a lidar com imprevistos e desafios de forma independente. Além disso, essa experiência promove um contato mais genuíno com culturas locais, incentivando conexões verdadeiras  

“O crescimento constante das viagens solo mostra que cada vez mais mulheres, de todas as gerações, estão dispostas a transformar deslocamentos em experiências de autoconhecimento e conexão cultural. Mais do que uma tendência, é um movimento que une liberdade, segurança e bem-estar em destinos que acolhem e inspiram”, conclui Estela Assis. 

 

 

 

 

Da redação

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