00:00
21° | Nublado

João Victor viu de perto como o mundo investe. E tem recados diretos para o Brasil!
Com formação em Economia, Relações Internacionais e Finanças, o economista passou por universidades de elite e uma gigante europeia de investimentos

Com uma carreira internacional e duas formações de mestrado, João acredita que o Brasil só se tornará competitivo com estabilidade, liberdade e governança pública eficaz. (Foto: Acervo pessoal)

Publicado em 16/04/2025

Nosso personagem da semana é manezinho, estudou e se formou com distinção em algumas das universidades mais prestigiadas do mundo, atuou no mercado financeiro internacional e hoje escreve para tornar a economia menos distante e mais compreensível para o grande público. João Victor da Silva, natural de Florianópolis, é formado em Economia e Relações Internacionais pela Boston University, com o reconhecimento máximo — Summa Cum Laude. Foi além: cursou mestrado em Relações Internacionais na University of Chicago, com foco em Economia Política Internacional, Desenvolvimento Econômico e Métodos de Pesquisa, e mais um mestrado, em Finanças, na University of Miami, aprofundando-se em mercados financeiros, gestão de patrimônio e fusões e aquisições.

Mas o currículo é só parte da história. João acredita que o que realmente transforma uma sociedade não é o que está na superfície. “O desenvolvimento de uma nação não está nos seus recursos naturais, mas no investimento em capital humano”, diz. Para ele, a verdadeira riqueza está na capacidade das pessoas de criar, pensar, empreender e inovar. “Países com escassez de recursos, como Japão, Hong Kong e Cingapura, estão entre os mais prósperos porque investiram em sua gente. Enquanto isso, países riquíssimos em recursos naturais permanecem estagnados ou em crise por má gestão.”

Com essa visão, ele se tornou analista de estratégia de investimento na PATRIZIA SE, uma das maiores gestoras de ativos da Europa. No escritório de Londres, João analisava cenários macroeconômicos, mercados imobiliários internacionais e projetos complexos do setor. Mas mesmo longe, os olhos nunca deixaram o Brasil. “A gente tem um potencial enorme, mas vive preso em um discurso vazio de que somos um país rico só porque temos minério, água e petróleo. Isso mascara o que realmente importa: educação e cultura. Sem isso, não vamos a lugar nenhum.”

No campo da infraestrutura, vê oportunidades evidentes — mas também obstáculos claros. “O capital estrangeiro é essencial para o Brasil, especialmente quando o orçamento público está engessado e a taxa de poupança é baixa. Só que ninguém investe onde não há segurança, onde a economia é instável e as instituições não funcionam direito.” Ele lembra do Aeroporto de Florianópolis como um exemplo positivo. “Depois que foi concedido a uma empresa suíça, virou referência no país. Isso mostra que, quando há gestão séria, o resultado aparece.”

João acredita que o verdadeiro capital de um país está em sua gente — e trabalha para levar essa mensagem adiante. 

 

Essa clareza nas análises se reflete também em sua escrita. João é colunista do portal SCC10 há mais de quatro anos. Seu desafio é constante: traduzir temas técnicos para leitores que não têm formação em economia ou política. E ele leva isso a sério. “Minha missão é transformar o que aprendi em algo útil. Escrevo como quem conversa. Não subestimo o leitor. Só tento explicar a lógica das coisas, porque às vezes o que parece óbvio pra um economista é completamente novo para o público em geral.” Ele não teme a complexidade, mas respeita a simplicidade. “Os textos são longos, sim. Mas se ajudam alguém a entender melhor o país, já valeu.”

Com formação sólida em Relações Internacionais, João também acompanha de perto o lugar do Brasil no mundo. “Temos uma posição estratégica, potencial energético e uma cultura plural que poderia nos colocar como modelo de estabilidade e diálogo. Mas desperdiçamos isso com uma política externa que flerta com regimes autoritários e afasta aliados por ideologia.” Para ele, credibilidade se constrói com atitudes. “Um país não é atraente só porque é grande ou tem petróleo. É preciso estabilidade, governança, liberdade. Se não formos competitivos nesse campo, ficamos pra trás.”

E para quem olha sua formação e pensa que é preciso ser um gênio para seguir esse caminho, ele responde com sinceridade: “Não tenho talentos extraordinários. O que me move é curiosidade. Sempre fui atrás de aprender coisas novas e de me desafiar. Isso exige sair da zona de conforto, claro. Mas é aí que a gente cresce.”

João acredita que estudo, trabalho e lazer podem se conectar de forma orgânica — desde que o propósito esteja claro. “Quando você encontra sentido no que faz, tudo flui melhor. Mas não dá pra esperar que alguém aponte o caminho. Você precisa querer descobrir, se jogar, errar, aprender.” E é justamente isso que ele tem feito — com livros, com planilhas, com textos, com conversas.

Do escritório de Londres à redação do SCC10, João Victor segue observando o mundo com atenção, tentando entender o que está por trás dos grandes números e teorias. E, mais do que isso, tentando explicar. Porque, como ele mesmo diz, “o conhecimento não serve pra ficar guardado. Ele serve pra transformar.”

 

 

 

Da redação

Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!

Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!

Para mais notícias, clique AQUI