Capital tem taxa alarmante de hepatite C
Florianópolis concentra maior número de casos da forma mais grave da doença viral

Mesmo com a queda significativa na mortalidade por hepatite C em Santa Catarina nos últimos dez anos, Florianópolis segue como principal ponto de atenção no estado. Dados do novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pelo Ministério da Saúde em julho, revelam que a capital catarinense registrou uma taxa de detecção de 25,2 casos por 100 mil habitantes, quase três vezes acima da média nacional, que é de 9,1.
Entre 2014 e 2024, o número de mortes causadas pela hepatite C caiu 63,08% no estado. Enquanto há dez anos foram 65 óbitos, com um coeficiente de mortalidade de 1 a cada 100 mil habitantes, em 2024 esse número caiu para cerca de 0,3. Apesar disso, a alta incidência em Florianópolis demonstra que o vírus continua circulando com força na região.
O boletim ainda mostra que, no recorte nacional, a região Sul tem participação relevante na detecção de hepatites virais. De 2000 a 2024, Santa Catarina respondeu por 5,3% dos casos de hepatite C (18.132 registros) e por 9,9% dos de hepatite B (29.963). Florianópolis também apresentou números preocupantes relacionados à hepatite A, com taxa de 13,5 casos por 100 mil habitantes, sete vezes mais que a média estadual, que ficou em 2.
Transmissível principalmente pelo contato com sangue contaminado, a hepatite C é considerada a forma viral mais comum e potencialmente letal da doença. Segundo o infectologista Pedro Martins, da Afya Educação Médica, a transmissão pode ocorrer, por exemplo, no compartilhamento de objetos como alicates de unha, lâminas de barbear e escovas de dente, além de relações sexuais desprotegidas.
Já as hepatites A e E são transmitidas por via fecal-oral, frequentemente por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes. Embora a hepatite E seja menos comum no Brasil, a A ainda preocupa em áreas com infraestrutura sanitária deficiente.
Para conter o avanço das infecções, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente vacinas contra os tipos A e B. A vacina contra o tipo B também oferece proteção contra a hepatite D, já que esse vírus só infecta pessoas previamente contaminadas pelo tipo B.
A imunização contra a hepatite B deve começar logo após o nascimento, com doses de reforço aos 2, 4 e 6 meses. Gestantes que ainda não foram vacinadas também devem se imunizar para evitar a transmissão vertical do vírus, durante a gestação, parto ou amamentação.
Com o Dia Mundial de Combate às Hepatites (28 de julho), os dados reforçam a importância da vigilância contínua, testagem regular e campanhas de prevenção, especialmente em regiões com altos índices de detecção, como a capital catarinense.
Da redação
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