Antonieta de Barros será homenageada com centro cultural inédito
Nova obra celebra a história da educadora e primeira deputada negra do Brasil, com espaços dedicados à arte e cultura afro-brasileira

A Prefeitura de Florianópolis inicia uma obra de grande importância histórica e cultural: a restauração da antiga Escola de Educação Básica Antonieta de Barros. O prédio, localizado na esquina das ruas Victor Meirelles e Saldanha Marinho, no Centro Leste da cidade, vai abrigar o futuro Centro de Memória e Cultura Professora Antonieta de Barros. A ordem de serviço será assinada nesta sexta-feira, 11 de julho, às 16h, em cerimônia simbólica que homenageia os 124 anos de nascimento da educadora, jornalista e política que dá nome ao local.
Com mais de 70 anos de história, o imóvel já foi tombado como patrimônio histórico municipal em 1986. Inicialmente autorizado a funcionar como escola em 1953, o espaço foi, por décadas, um importante centro educacional. Após passar por diferentes instituições, o prédio foi doado pelo governo do Estado à Prefeitura, que agora coordena a revitalização. A reforma será conduzida pela Secretaria de Infraestrutura e executada pela empresa Litoral Engenharia e Construções LTDA – EPP.
O investimento total será de R$ 4.499.000,00. Deste montante, R$ 4,1 milhões virão do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, via outorga onerosa, e o restante, cerca de R$ 396 mil, é fruto de emenda parlamentar da vereadora Carla Ayres. A expectativa é que as obras sejam finalizadas em até 12 meses.
Um centro dedicado à memória, cultura e arte negra
Mais do que uma restauração física, o projeto visa criar um espaço de valorização das culturas africanas e afro-brasileiras. O Centro de Memória e Cultura Professora Antonieta de Barros reunirá o Museu Antonieta de Barros e o Centro de Memória, Cultura e Arte Negra Catarinense. O andar superior será dedicado à exposição de documentos, cartas, poemas, discursos e registros audiovisuais ligados à trajetória de Antonieta e da população negra em Santa Catarina, além de contar com um miniauditório, telas interativas e acervo permanente do artista Franklin Cascaes.
O térreo será voltado à recepção do público e à realização de oficinas culturais, como dança, capoeira, contação de histórias, exibição de filmes e lançamento de livros. O pátio interno abrigará exposições permanentes e itinerantes, enquanto o espaço externo será reservado para feiras, apresentações artísticas, rodas de conversa e outros eventos públicos. O uso do edifício foi discutido em conjunto com coletivos sociais, garantindo representatividade e participação ativa da comunidade.
Detalhes da obra e infraestrutura
A edificação tem área total de 928,99 m² e passará por intervenções profundas: reforço estrutural, restauro de pisos, forros e esquadrias, retirada de elementos que descaracterizaram a arquitetura original, e troca de toda a cobertura por laje impermeabilizada. Também estão previstas a implantação de sistemas de energia, cabeamento estruturado, climatização, reservatórios de água, sistema de prevenção contra incêndios e elevador com acessibilidade.
Externamente, a fachada será reconstituída, as áreas externas reformadas com paisagismo e inserção de guarda-corpo e gradis de vidro.
O legado de Antonieta de Barros
Antonieta de Barros nasceu em 11 de julho de 1901, em Florianópolis, e foi uma pioneira em diversos campos. Primeira mulher negra a ocupar uma cadeira no Legislativo brasileiro, em 1935, lutou pela educação pública de qualidade e pelos direitos das mulheres. Foi autora do projeto que criou o Dia do Professor em Santa Catarina, posteriormente adotado em todo o país.
Educadora formada pela Escola Normal Catarinense, fundou e dirigiu o Curso Antonieta de Barros, que alfabetizava pessoas sem recursos. Também foi cronista, com mais de mil textos publicados e autora do livro Farrapos de Ideias. Em 2023, seu nome foi eternizado no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, como heroína nacional.
A restauração do prédio que leva seu nome é mais do que um resgate arquitetônico. É a consagração de sua história e a continuidade de sua luta por memória, educação e justiça social.
Da redação
Fonte: PMF
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