00:00
21° | Nublado

Universidade Gratuita endurece regras em SC

Universidade Gratuita endurece regras em SC
Projetos de lei do governo definem novos critérios socioeconômicos e controle rigoroso do programa. (Foto: Marco Favero/Arquivo/Secom)

Publicado em 22/09/2025

O governo de Santa Catarina encaminhou à Alesc mudanças significativas no programa Universidade Gratuita e no Fumdesc (Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense). Os projetos de lei, enviados pelo governador Jorginho Mello (PL) na última terça-feira (16), têm como objetivo endurecer os critérios de concessão de bolsas e aumentar a fiscalização, após relatório do TCE-SC identificar inconsistências e possíveis fraudes.

Fraudes já investigadas

Na quarta-feira (17), a Polícia Civil indiciou 43 estudantes por irregularidades no programa. Segundo a investigação, os alunos não cumpriam o requisito de residência em SC por mais de cinco anos ou não eram naturais do estado, condição obrigatória para receber a bolsa.

O governo solicitou tramitação em regime de urgência, com prazo de 45 dias para análise pela Alesc. Os projetos passarão pelas Comissões de Constituição e Justiça, de Finanças e Tributação e de Educação e Cultura.

Novos critérios de renda e residência

Entre as principais mudanças está a redefinição do Índice de Carência, que passa a considerar renda familiar bruta, bens do grupo familiar e número de integrantes. Desemprego e gastos específicos deixam de ser critérios diretos.

Outras alterações incluem:

Residência contínua em SC por pelo menos cinco anos;

Renda familiar per capita inferior a quatro salários mínimos;

Renovação semestral dos documentos do estudante;

Detalhamento de imóveis, veículos, saldos bancários, aplicações e investimentos de cada membro do grupo familiar;

Proibição de ingresso para famílias com patrimônio igual ou superior a R$ 1,5 milhão;

Definição clara de grupo familiar como unidade nuclear que compartilha a mesma renda.

Comissão Estadual e transparência

O projeto prevê a criação de uma Comissão Estadual do Universidade Gratuita, composta por representantes do governo, universidades e estudantes. O colegiado será responsável por credenciar instituições, fiscalizar recursos, acompanhar contrapartidas e realizar vistorias.

Além disso, o projeto obriga a publicação de balanços anuais, detalhamento de receitas e despesas e divulgação semestral de beneficiados com dados pessoais e valores das mensalidades.

Penalidades mais rigorosas

Para coibir fraudes, o texto prevê perda da bolsa, ressarcimento e proibição de inscrição no programa, concursos e contratos com o estado por até 10 anos. As punições valem para crimes com penas superiores a dois anos, antes aplicáveis apenas a crimes com pena acima de quatro anos.

A legislação também estabelece que alunos desistentes devem justificar a saída em até 10 dias, e a comissão decidirá sobre devolução ou compensação proporcional dos valores recebidos.

Regras para servidores e instituições

Servidores ou membros da comissão não poderão atuar em processos envolvendo parentes até o 3º grau ou casos de interesse direto, amizade íntima ou inimizade notória.

As instituições parceiras terão novas responsabilidades, incluindo o uso obrigatório do sistema informatizado da SED para gestão do programa e possibilidade de multa ao presidente da instituição em caso de falhas na responsabilização do estudante.

 

 

 

 

Da redação

Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!

Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!

Para mais notícias, clique AQUI