00:00
21° | Nublado

Sinal Vermelho: campanha incentiva mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias do país

Mais de 10 mil farmácias em todo o país poderão receber pedidos de ajuda e acionar as autoridades (Foto: Reprodução)

Publicado em 15/06/2020

Mulheres em situação de violência são infelizmente uma realidade no Brasil e em tempos de isolamento, elas enfrentam mais um problema: a dificuldade em denunciar os agressores. Diante desse cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançaram na última quarta-feira, a campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica. A iniciativa tem como foco ajudar mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias do país. A Prefeitura de Florianópolis é uma das instituições apoiadoras da campanha.

“É uma iniciativa importante para nos ajudar no combate à violência contra as mulheres. Quem puder, pedimos que compartilhem essas informações com as amigas e familiares. Nesta luta, a informação é, sem dúvida,  uma importante ferramenta contra os casos de violência doméstica”, explica a Secretária Municipal de Assistência Social de Florianópolis, Maria Claudia Goulart.

Como pedir socorro nas farmácias adeptas da campanha

O protocolo é, de fato, simples: com um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência. Com o nome e endereço da mulher em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que aderirem à campanha deverão ligar, imediatamente, para o 190 e reportar a situação. O projeto conta com a parceria de 10 mil farmácias e drogarias em todo o país. Confira AQUI a lista com as redes de farmácia que assinaram o termo de adesão à campanha.

A criação da campanha é o primeiro resultado prático do grupo de trabalho criado pelo CNJ para elaborar estudos e ações emergenciais voltados a ajudar as vítimas de violência doméstica durante a fase do isolamento social. O grupo foi criado pela Portaria nº 70/2020, após a confirmação do aumento dos casos registrados contra a mulher durante a quarentena, determinada em todo o mundo como forma de evitar a transmissão do novo coronavírus. Uma das consequências da quarentena foi a exposição de mulheres e crianças a uma maior vulnerabilidade dentro do próprio lar. Em março e abril, o índice de feminicídio cresceu 22,2%, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“A ideia de uma campanha que priorizasse a denúncia silenciosa surgiu para ajudar justamente aquela mulher que está presa em casa e que não tem como pedir socorro, seja porque o companheiro quebrou o celular dela, ou escondeu o telefone, ela não tem um computador, não tem como se comunicar com a família, enfim, não consegue chamar ninguém para auxiliá-la e não consegue fazer a denúncia pela forma virtual. Mas, muitas vezes, ela consegue ir a uma farmácia e esse é o momento’’, afirma a conselheira do CNJ Cristiana Ziouva.

A Campanha Sinal Vermelho conta com o apoio da Abrafarma, Abrafad, Instituto Mary Kay, Grupo Mulheres do Brasil, Mulheres do Varejo, Conselho Federal de Farmácias, Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil, Conselho Nacional dos Comandantes Gerais, Colégio das Coordenadorias Estaduais da Mulher em Situação de Violência Doméstica, Fonavid, Ministério Público do Trabalho, Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Da redação