Pesca da tainha em SC: com medidas de proteção, pescadores aguardam os cardumes
A pesca da tainha é uma das atividades mais aguardadas e populares no litoral catarinense. Todo ano, o mês de maio traz a expectativa de boas pescarias, pois é quando abre a temporada de pesca da tainha, que vai de 1º de maio a 31 de julho. São três meses de vigia constante, de trabalho pesado na puxada das redes, faça chuva ou faça sol, e de comemorações, afinal há lanços que chegam a capturar mais de 10 mil tainhas.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, a safra da tainha deste ano acontece com restrições. Várias medidas de proteção foram implementadas para evitar a propagação do vírus entre os pescadores que praticam a modalidade de pesca arrasto de praia. Entre as exigências que constam em Portaria publicada pelo Governo do Estado está a obrigatoriedade do uso de máscaras por todas as pessoas envolvidas na pesca, combinado a outras práticas que visam minimizar o impacto da disseminação da Covid-19.
“As normas de prevenção foram elaboradas para ajudar os pescadores e permitir que exerçam a atividade com segurança, caso contrário a pesca da tainha não poderia ser executada neste momento de pandemia”, ressalta Sergio Winckler da Costa, gerente de Pesca e Aquicultura da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina.
Para evitar aglomerações, Sergio explica que é necessário um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas durante a puxada de rede e na separação dos peixes, e que devem permanecer na praia somente os envolvidos diretamente na atividade e no momento da operação de pesca. A presença de pessoas na beira da praia durante a puxada de rede deve ser de no máximo de 50 para as canoas a remo e de 25 para as canoas motorizadas.
No rancho de pesca também deve-se evitar agrupamentos excessivos. A portaria orienta para que fique somente uma equipe mínima de pescadores, responsável pelo lançamento da rede. Os demais membros do grupo que posteriormente vão trabalhar na puxada de rede devem permanecer em suas casas ou em abrigos temporários e serão chamados por avisos sonoros, rádio ou celular.
Outro cuidado importante que vem sendo seguido à risca nos ranchos de pesca é a disponibilização de álcool 70% para desinfecção de mesas e utensílios e o fornecimento de álcool em gel aos pescadores para a higienização das mãos.
O presidente da Colônia de Pescadores AS Pesca Valdori Alci Almeida, do Norte de Florianópolis, diz que as medidas de prevenção ao coronavírus são fundamentais para que a pesca da tainha ocorra com segurança. E ele faz um chamado aos pescadores para evitar que vírus se espalhe. “Eu peço a todos os pescadores que usem as suas máscaras e façam o distanciamento correto para que a pesca da tainha não corra riscos. Mantenham-se calmos que tudo isso vai passar. Assim como as tainhas passam aqui pelo nosso litoral, essa pandemia também vai passar e nós vamos ter uma vida saudável com muita tainha na mesa”.
A campanha de vacinação contra a gripe para os pescadores da capital com mais de 50 anos é mais uma ação preventiva, desenvolvida pela Prefeitura de Florianópolis. Com a queda nas temperaturas ocorre maior incidência da gripe e a imunização vai evitar uma sobrecarga no sistema de saúde, tão importante neste período da pandemia do novo coronavírus. O secretário de Pesca, Agricultura e Maricultura de Florianópolis Jeferson Melo diz que após ser vacinado, cada pescador ganha uma máscara para auxiliar na prevenção à Covid-19. “Nós já temos 800 pescadores cadastrados e nossa expectativa é ultrapassar essa meta de vacinação”.
Da redação