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Luis Fernando Verissimo marca gerações com humor e reflexão

Luis Fernando Verissimo marca gerações com humor e reflexão
As frases do escritor revelam humor, filosofia e críticas sobre a vida, a morte e a humanidade. Confira algumas de suas reflexões mais marcantes que permanecem atuais e inspiradoras. (Charge: Ed Carlos)

Publicado em 01/09/2025

Mestre do humor morre aos 88 anos

O último sábado marcou a despedida de Luis Fernando Verissimo, um dos cronistas mais lidos do país. Filho do icônico escritor Erico Verissimo, Luis Fernando construiu uma carreira literária de mais de seis décadas, com mais de 70 livros publicados e cerca de 5,6 milhões de exemplares vendidos. Sua obra tornou-se referência na literatura brasileira e conquistou leitores de diferentes gerações.

Carreira e personagens inesquecíveis

A trajetória de Verissimo na imprensa começou em 1966, como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, antes de lançar seu primeiro livro, O Popular, em 1973. Ele se destacou especialmente pelas coletâneas de crônicas, como a série Comédias da Vida Privada, adaptada para a televisão nos anos 1990. Entre seus personagens mais conhecidos estão O Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté, o detetive Ed Mort e os tipos que compõem a Família Brasil.

Reflexões sobre vida, morte e humanidade

Ao longo de sua obra, Verissimo expressou uma visão bem-humorada, crítica e filosófica sobre a existência humana. Suas frases revelam tanto leveza quanto profundidade:

“Vou morrer sem realizar o meu grande sonho: não morrer nunca.”

“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”

“Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo.”

“A vida é a melhor coisa que eu conheço para passar o tempo.”

“Eu não sei para onde caminha a humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado.”

“Meu medo é que tenha outra vida após a morte, mas que seja só para debater esta.”

“O mundo não é ruim, só está mal frequentado.”

“Escrever não me dá prazer, gosto mesmo é de soprar saxofone.”

“A biblioteca é o lugar onde começamos a nos conhecer.”

“Não há nada que um homem possa fazer no espaço que uma máquina não possa fazer melhor, a não ser morrer.”

"Resignemo-nos à ignorância, que é a forma mais cômoda de sabedoria.”

"Você só sabe até onde pode ir quando já foi.”

“Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.”

“O futuro era muito melhor antigamente.”

"Desenvolvi uma mente defensiva como um condomínio fechado. Uma mente com guarita, que abate qualquer inimigo na porteira.”

“Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, completamente livre, é a que não tem medo do ridículo.”

“Mas, como em tudo na vida, no amor também é preciso moderação.”

"Ironia tem que ser entendida como ironia, senão não é ironia.”

"Não sei para onde caminha a humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado.”

"A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.”

"O outono é a única estação civilizada. A primavera é descontrole glandular da Natureza. O inverno é o preço que a gente paga para ter o outono, e por isso está perdoado. O verão é uma indignidade.”

"Passamos a vida inteira nos preparando para nossa morte e quando ela vem não podemos assistir.”

"A gente não faz aniversários. Os aniversários é que vão fazendo a gente. E depois, pouco a pouco, nos desfazendo.”

“Nosso dilema continua sendo que só nos livramos da morte livrando-nos do corpo e só nos livramos do corpo morrendo.”

"Ninguém é o que pensa que é, muito menos o que diz que é. Precisamos da complicação para nos definir. Ou seja: ninguém é nada sozinho, somos o nosso comportamento com o outro.”

“Ninguém é o que parece ou o que aparece. O essencial não há quem enxergue.”

"Nada como uma boa conversa para se encontrar a solução de qualquer coisa, mesmo a insanidade.”

“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data.”

“A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer ‘escrever claro’ não é certo mas é claro, certo?”

“No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa.”

"Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet.”

"Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.”

"Muitas mulheres consideram os homens perfeitamente dispensáveis no mundo, a não ser naquelas profissões reconhecidamente masculinas, como as de costureiro, cozinheiro, cabeleireiro, decorador de interiores e estivador.”

"Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores."

"Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta.”

"Os tristes acham que o vento geme; Os alegres acham que ele canta.”

"Você é o seu sexo. Todo o seu corpo é um órgão sexual, com exceção talvez das clavículas.”

“A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.”

 

Um legado que transcende gerações

Mais do que números e prêmios, Verissimo deixa um legado de humor, crítica social e reflexão sobre a condição humana. Suas crônicas, colunas e livros continuam a dialogar com leitores de todas as idades, mostrando que, mesmo diante da morte, suas palavras permanecem vivas.

 

 

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Da redação

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