Junho laranja: mês é voltado para a conscientização da anemia e leucemia
O mês de junho foi escolhido para conscientizar a população sobre a anemia e a leucemia, doenças que afetam o sangue. O junho laranja serve para que a população entenda os sinais de alerta e procure um especialista o mais precoce possível, a fim de se evitar que essas desordens hematológicas evoluam e se tornem ainda mais graves.
A anemia se dá devido ao baixo nível de hemoglobina no sangue, o que leva a diminuição da capacidade de transporte de oxigênio. Isso causa fraqueza, cansaço, fadiga, dificuldade para concentração, queda de cabelo, falta de ar, sonolência e perversão do apetite (vontade de ingerir alimentos não convencionais).
A anemia pode ser causada por diversos fatores: falta de nutrientes como ferro, vitamina B12, ácido fólico, além da destruição das hemácias por algum evento autoimune, hemorragias agudas ou mesmo pela falha de produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.
Há vários tipos de anemia, entre eles, a aguda, a crônica e a hereditária. O tratamento das anemias aguda e crônica é feito principalmente por meio de uma dieta balanceada, mas para prevenir a anemia não basta apenas ter uma boa alimentação. A prática de atividade física e uma boa hidratação também são essenciais no combate à doença.
Em outros casos, a anemia pode indicar doenças mais graves, como a leucemia. Que afeta os glóbulos brancos e tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas.
Existem mais de 12 tipos da doença, sendo que os quatro primários são: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL).
As causas da doença ainda não estão definidas, mas o risco pode ser aumentado com o consumo de tabaco, o benzeno, radiação ionizante, histórico familiar e entre outros. E os sintomas?
Os principais sinais decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção das células sanguíneas normais.
A diminuição dos glóbulos vermelhos ocasiona anemia. A redução dos glóbulos brancos provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções muitas vezes graves ou recorrentes. A diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo nariz e manchas roxas (equimoses) e/ou pontos roxos (petéquias) na pele.
O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, mas sem dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suores noturnos; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações. Caso a doença afete o Sistema Nervoso Central (SNC), podem surgir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.
Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.
O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como: palidez, cansaço, febre, aumento de gânglios, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, petéquias e sangramentos inexplicados, além do aumento do baço e do fígado.
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que sejam investigados por um médico.
Diante da suspeita de um quadro de leucemia, o paciente deverá realizar um hemograma e ser encaminhado a um médico hematologista.
A confirmação diagnóstica é feita com o exame da medula óssea (mielograma). Nesse exame, retira-se uma pequena quantidade de sangue, proveniente do material esponjoso de dentro do osso, para análise citológica (avaliação da forma das células), citogenética (avaliação dos cromossomos das células), molecular (avaliação de mutações genéticas) e imunofenotípica (avaliação do fenótipo das células).
Fonte: Marina Aguiar, médica hematologista da Aliança Instituto de Oncologia