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Xangai dita o futuro da indústria automotiva mundial
Modelos elétricos, novas marcas de luxo e a força das montadoras chinesas redesenham o mercado mundial

Com lançamentos elétricos e novas marcas de luxo, o maior salão automotivo do mundo transforma Xangai no centro da inovação automotiva. (Fotos: Divulgação)

Publicado em 29/04/2025

O maior salão automotivo do mundo evidencia que o centro da indústria automotiva global está cada vez mais no Oriente. Há menos de uma década, bastava um voo até a Europa para identificar as tendências que em breve chegariam ao Brasil, especialmente visitando os salões de Paris e Frankfurt — este último agora realocado em Munique.

Hoje, a referência é outra: o destino é Xangai, na China. Aberto na semana passada e até a próxima sexta-feira, 2, o Auto Shanghai, realizado bienalmente, já é considerado o maior salão automotivo do mundo, ocupando 360 mil m² e reunindo cerca de mil expositores, entre montadoras, startups e fornecedores.

A mostra chinesa também já dita tendências para mercados europeus e latino-americanos, impulsionada principalmente pelos NEVs (novos veículos de energia), ou seja, carros elétricos e híbridos.

Em Xangai, estão sendo apresentadas inovações que chegarão aos mercados internacionais nos próximos meses — e que, em alguns casos, já estão circulando nas ruas chinesas.

Grande parte dessas novidades vem de montadoras e startups locais, de joint ventures entre marcas chinesas e ocidentais e, em menor escala, de fabricantes europeias — muitas delas já sob controle de grupos chineses.

Independentemente da origem, os novos modelos têm uma missão dupla: conquistar consumidores na China, o maior mercado automotivo do mundo (30% das vendas globais), e expandir internacionalmente a presença das marcas chinesas.

Por isso, muitos modelos são desenvolvidos com o apoio de estúdios de design europeus ou por equipes internacionais, e, conforme a estratégia, podem até adotar logotipos de marcas ocidentais.

Mesmo sendo o maior salão automotivo, o evento teve ausências notáveis: Hyundai e Kia, que participaram desde 2002, ficaram de fora, assim como Maserati, Lamborghini, Rolls-Royce, Jaguar, Land Rover, Peugeot e Citroën. No caso das francesas, a ausência pode ser explicada pela recente parceria da Stellantis com a chinesa Leapmotor.

Enquanto algumas marcas de luxo se afastam, as montadoras chinesas mostram força também nesse segmento, lançando novas marcas de luxo. Exemplos são a BYD, com a Yangwang e seu sofisticado SUV U8L, e a Huawei, com o sedã Maextro S800, rivalizando com Maybach e Rolls-Royce.

Nem tudo, porém, é crescimento. Algumas startups como HiPhi e Neta enfrentam sérias crises financeiras, sugerindo uma possível onda de fusões e aquisições no setor.

Entre as montadoras ocidentais, as alemãs se destacam pelo esforço em fortalecer a presença no Oriente. A Volkswagen, por exemplo, apresentou os elétricos ID.Aura, ID.Era e ID.Evo, frutos de parcerias locais com FAW, SAIC e JAC, alinhados à estratégia "Na China, para a China", com produção prevista para 2026.

Impacto também no Brasil

Além dos modelos já anunciados por marcas como Omoda & Jaecoo, GWM, BYD, GAC e Leapmotor, outras novidades de Xangai desembarcarão no Brasil em breve.

Entre elas estão a Chevrolet Captiva (vendida na China como o elétrico Wuling Starlight), o Tiggo 9 e a picape Himla da Chery (com produção confirmada em Anápolis, GO), e o D9 da Denza, divisão da BYD.

E, ainda em segredo por aqui, a nova Nissan Frontier, que será produzida no México a partir de 2026 e chegará ao Brasil logo em seguida, foi destaque no estande da montadora japonesa.

Cada vez mais, portanto, as respostas sobre o futuro da indústria automotiva ocidental virão do outro lado do mundo.

 

 

 

Da redação

Fonte: AutoIndústria

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