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CPMI endurece apuração de fraudes no INSS

CPMI endurece apuração de fraudes no INSS
O advogado Nelson Willians Rodrigues, ouvido na quinta, negou envolvimento com fraudes (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado )

Publicado em 19/09/2025

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou 179 novos requerimentos para convocação e solicitação de informações, reforçando a investigação sobre os descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que a apuração chega agora a uma etapa mais firme e direcionada, com prioridade para depoimentos estratégicos e apoio de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Viana, ministros da Corte passaram a exigir a presença de convocados. “A decisão do ministro André Mendonça de obrigar testemunhas a comparecer representa um avanço importante. Estamos montando um quebra-cabeça e vamos encaixar cada peça”, declarou.

Depoimentos e silêncio

Na reunião desta quinta-feira (18), a CPMI ouviu o advogado Nelson Willians Rodrigues, alvo de operação de busca e apreensão e de pedido de prisão preventiva por suspeita de movimentações financeiras com o empresário Maurício Camisotti. Amparado por habeas corpus, ele fez apenas uma fala inicial e se manteve em silêncio diante das perguntas.

O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), chamou atenção para os indícios que pesam contra o advogado, incluindo movimentação financeira superior a R$ 4 bilhões e a ostentação nas redes sociais. Para ele, “o silêncio falou mais alto e transformou testemunha em provável investigado”.

Restrições e prioridade de convocados

Alguns investigados seguem sem autorização para depor na comissão, como Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, apontados como líderes do esquema. Parlamentares, no entanto, defendem que eles sejam ouvidos, mesmo que nas dependências da Polícia Federal. Houve críticas ao habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, que continua beneficiando Cecília Simões, esposa de Camisotti.

A comissão pretende organizar os cerca de 80 convocados em uma lista de prioridade e avalia pedir a prorrogação dos trabalhos. Um agente da Polícia Federal está integrado às apurações, especialmente para investigar suspeitas de lavagem de dinheiro.

Autoridades convidadas e transparência

Entre os novos requerimentos, estão convites para que os ministros Vinícius Carvalho (CGU) e Jorge Messias (AGU), além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, participem das discussões. O senador Carlos Viana também solicitou ao STF informações sobre possíveis políticos citados na investigação.

“Se houve político que favoreceu o roubo da Previdência, a população precisa saber. Mas não se pode fazer pré-julgamento”, alertou Viana.

Fraude bilionária

A CPMI investiga fraudes estimadas em cerca de R$ 6 bilhões ocorridas entre 2019 e 2024. Para o presidente da comissão, mesmo diante do silêncio de alguns depoentes, o relatório final será robusto e embasado nas quebras de sigilo e nas provas reunidas ao longo dos trabalhos.

 

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Da redação

Fonte: RCN

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