Casos de hipertensão disparam em SC e preocupam autoridades

Santa Catarina registrou um aumento de 328% nos atendimentos a pessoas com hipertensão arterial pelo SUS entre 2019 e 2023. Os números saltaram de 851.452 para 3.645.836, quadruplicando em apenas quatro anos e colocando o estado acima da média nacional. Atualmente, cerca de 20% dos usuários cadastrados na Atenção Primária à Saúde em SC são hipertensos.

No Brasil, o crescimento foi menor, mas também relevante: de 29,8 milhões de atendimentos em 2019 para 62 milhões em 2023, um aumento de 107,7%, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.

Perfil dos atendimentos

O levantamento aponta que a maior parte dos casos ocorre em pessoas com mais de 60 anos. Apenas em 2023, a hipertensão foi responsável por 27,9% dos atendimentos a mulheres e por 30% dos atendimentos a homens na faixa etária de 60 a 69 anos.

Entre 2010 e 2023, a hipertensão esteve associada a 6% das mortes registradas no país. O índice de óbitos passou de 183,5 para 211,5 a cada 100 mil habitantes no período analisado, evidenciando a gravidade do problema de saúde pública.

Diagnóstico e prevenção

De acordo com a Pesquisa Nacional da Saúde (PNS), mais de 38 milhões de brasileiros adultos já receberam diagnóstico de hipertensão. Para enfrentar o avanço da doença, o Ministério da Saúde recomenda cinco ações prioritárias:

Fortalecimento da Atenção Primária – ampliação da cobertura para rastreamento e monitoramento de casos, com acesso rápido a especialistas.

Redução das desigualdades – implementação de políticas que garantam diagnóstico e tratamento de forma igualitária em todas as regiões.

Promoção de hábitos saudáveis – campanhas educativas, redução do sódio em alimentos industrializados e taxação de produtos como bebidas açucaradas, álcool e tabaco.

Melhoria dos sistemas de informação – integração de dados para acompanhamento contínuo e avaliação de políticas públicas.

Ações intersetoriais – colaboração entre áreas como saúde, educação, agricultura e urbanismo para criação de ambientes mais saudáveis.

Alerta para políticas públicas

Os números reforçam a urgência de estratégias mais abrangentes para prevenção e controle da hipertensão, doença silenciosa que impacta diretamente a qualidade de vida e a mortalidade da população brasileira.

Da redação

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