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Morango do amor ou do hype?
Nutricionista alerta para os impactos das tendências alimentares na nossa relação com a comida

Morango do amor ou do hype?
O “morango do amor” virou sensação nas redes e nos balcões, mas levanta questões sobre o porquê comemos o que comemos. (Foto: Agência Gov /via Ebserh)

Publicado em 01/08/2025

Doce, exagerado e…fotogênico, muito fotogênico. O chamado “morango do amor” — uma mistura de morango, leite condensado, leite em pó e uma casquinha vermelha crocante — virou uma verdadeira febre no Brasil, impulsionada por vídeos virais nas redes sociais. Em poucas semanas, o doce ganhou filas em docerias, versões caseiras e até debates acalorados entre os que defendem e os que criticam a sobremesa, enquanto confeiteiros celebram ganhos que superam os de datas como a Páscoa.

Para a nutricionista Sophie Deram, isso revela algo mais profundo do que a simples popularização de uma receita: o quanto nossas escolhas alimentares ainda são influenciadas por fatores externos, como modismos e pressão social.

Veja como fazer o doce que virou febre

“Não há nada de errado em experimentar um alimento novo, inclusive esse - que chama a atenção de nosso cérebro por ‘gritar’ ‘açúcar, açúcar, açúcar!’. O problema é quando comemos algo apenas porque todos estão comendo, sem nos perguntar se temos vontade verdadeira. A alimentação é um ato de conexão com o corpo e com o prazer, não uma forma de agradar ou pertencer a um grupo”, explica Sophie.

A especialista alerta que mesmo fora da lógica das dietas restritivas, muitas pessoas ainda vivem sob regras não ditas sobre o que devem ou não comer — e as tendências alimentares, mesmo as mais indulgentes, podem ser apenas outro tipo de controle disfarçado. “Às vezes, o hype é só mais uma forma de dizer ‘coma isso para ser aceito’. A cultura da dieta veste muitas fantasias. Já foi o suco verde, agora é o morango do amor. O importante é recuperar a autonomia sobre o que comemos”, afirma.

Segundo Sophie, o mais saudável é cultivar uma relação de escuta com o próprio corpo e fazer as pazes com todos os alimentos — sem culpa, sem modinha e com muito mais prazer. “Tudo bem querer experimentar uma novidade (assim como foi o Chocolate Dubai, lembra?), afinal, a curiosidade é parte de uma relação saudável com a comida. Mas a motivação não deveria vir da pressão por “não ficar de fora” de uma modinha. Coma o “morango do amor” se quiser e não porque precisa postar nas suas redes, combinado?”, finaliza Sophie.

 

 

 

Da redação

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