00:00
21° | Nublado

Oroboro mostra a força do encontro entre arte e educação
Documentário dirigido por Pablo Lobato estreia no Paradigma Cine Arte no dia 1º de maio, após forte mobilização do público local

Depois de sucesso em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, Oroboro chega a Florianópolis por mobilização popular. O filme fica em cartaz no Paradigma Cine Arte de 1º a 7 de maio. (Foto: Divulgação)

Publicado em 26/04/2025

Oroboro, dirigido pelo renomado cineasta e artista visual Pablo Lobato, estreia em Florianópolis, dia 1º de maio de 2025 (quinta-feira), no Paradigma Cine Arte, trazendo uma narrativa sensível e poética sobre o poder da arte na formação de jovens estudantes. O documentário segue em cartaz nos cinemas brasileiros pela sétima semana e já passou por Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. O filme acompanha dois grupos de alunos que adaptaram para o teatro duas obras-primas da literatura e da música: Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e A Flauta Mágica, de Mozart. Ao acompanhar também a rotina escolar, Oroboro revela uma prática formativa em que arte e vida caminham juntas — em contraste com os retratos recorrentes da adolescência marcados por diagnósticos e traumas, o filme mostra o que pode emergir quando a criação se torna eixo de formação.

Oroboro chega a Florianópolis a pedido do público que se mobilizou para assistir ao filme na capital catarinense. A obra cinematográfica fica em cartaz, pelo menos, de 1º a 7 de maio (quinta a quarta), sempre às 19h, exceto no dia 6 (terça-feira). No dia da estreia (1º de maio), haverá uma sessão especial, com a presença do diretor Pablo Lobato. Ele vai conversar com o público sobre o processo de criação do filme, os desafios de lançar um documentário independente no circuito comercial do cinema brasileiro, além de outros temas. Para adquirir os ingressos, acesse o link.

A partir dos ensaios, apresentações e da rotina escolar, Oroboro acompanha a intimidade das descobertas, dores e alegrias vividas na radicalidade da juventude. As forças paradoxais das personagens encenadas movem uma vasta constelação temática: vida e morte, arte e educação, cinema e teatro, natureza e urbanização.

O colégio, locação principal do filme e palco das encenações, está situado em um vale entre Belo Horizonte e Nova Lima. Atravessado por um córrego e cercado por áreas verdes e corredores ecológicos, hoje se vê pressionado por uma das urbanizações mais dinâmicas do país.

“Diante de uma sensível prática formativa, nesta fronteira entre metrópole e interior, entre expansão econômica e conservação ecológica, percebi um espelho da sociedade brasileira contemporânea. Oroboro é fruto destes paradoxos e revela algo que resiste, vindo desse vínculo essencial entre a arte e a formação humana”, explica o diretor Pablo Lobato.

Produzido pela Claroescuro Studio e distribuído pela Fênix Filmes, Oroboro conta com o apoio da Lei Paulo Gustavo para sua distribuição e o patrocínio da Saúva Jataí para a finalização.

Nota: Oroboro remete ao símbolo ancestral da serpente que engole a própria cauda, formando um círculo. De origem grega, representa o ciclo da vida, a renovação e a transformação contínua.

A confluência entre arte e formação humana no trabalho de Pablo Lobato 

O retorno de Pablo Lobato ao cinema com Oroboro reafirma seu modo de criação, que escapa a uma única linguagem e se constrói na relação com diferentes contextos. Seu trabalho acontece no encontro com as forças disponíveis, na colaboração com a matéria e na atenção ao que emerge em cada fazer. Entre o cinema e as artes visuais, seus últimos anos têm sido atravessados pelos diálogos entre arte e formação humana.

"Oroboro partiu de um espanto. Em 2018, me deparei com um brilhante grupo de jovens estudantes adaptando Grande Sertão: Veredas para o teatro. Fiquei profundamente tocado ao vê-los criando juntos, encontrando embocadura para esse mito fundador brasileiro. A peça já estava em curso, mas o filme nascia ali, sem um projeto, sem recursos disponíveis, apenas na urgência do que acontecia diante de mim. Senti que precisava atender a esse chamado. No início, precisei seguir sem equipe, movido por esse encontro inesperado. Aos poucos, fui me aproximando mais desse colégio de Minas Gerais, onde uma linhagem pedagógica implementa, no cotidiano, um pensamento indissociável da arte. Entre 2018 e 2020, formei uma pequena equipe e acompanhei com minha câmera os processos imersivos vividos pelos estudantes, gravando também a segunda turma de adolescentes mais jovens, que me encantou ao adaptar A Flauta Mágica, de Mozart", relembra Lobato.

Isabella Brisa, aluna e a atriz que interpretou o personagem Hermógenes em Grande Sertão: Veredas, no ano de 2018, comenta sobre a experiência de reviver o processo de criação do espetáculo a partir do filme.  “Oroboro foi um presente maravilhoso. O filme é emocionante; sua sensibilidade me tocou profundamente. Minha sincera gratidão e admiração por esse trabalho magnífico e por todos que o tornaram possível. Foi um privilégio participar deste projeto, que reacendeu em mim o desejo de me expressar através da arte”, ressalta Brisa. 

 

 

 

Da redação

Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!

Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!

Para mais notícias, clique AQUI