Moradores reagem a risco ambiental no Sul da Ilha
Projeto de edifício na Armação expõe fragilidades do sistema de saneamento e ameaça equilíbrio ambiental da região

Moradores e ambientalistas da região Sul de Florianópolis estão mobilizados contra o projeto de construção de um edifício de sete pavimentos e 82 apartamentos na Praia da Armação. A obra é da construtora Atalantaia e deve lançar efluentes tratados diretamente no Rio Sangradouro — um curso d’água já fragilizado pela retirada contínua de água da Lagoa do Peri para abastecimento urbano.
A preocupação central está no impacto ambiental da descarga de esgoto, ainda que tratado, em um rio cuja vazão já é comprometida, principalmente em períodos de estiagem. A situação se agrava porque o projeto foi autorizado pela Vigilância Sanitária Municipal, que liberou o lançamento de efluentes com tratamento terciário (OT 02) na rede de drenagem pluvial, que deságua diretamente no rio.
Especialistas alertam que o tratamento terciário requer fiscalização constante e rigorosa, algo que o município, segundo os críticos, não tem capacidade técnica de garantir. “O Rio Sangradouro não tem vazão suficiente para diluir os efluentes, e qualquer falha no sistema de tratamento poderá causar contaminação do rio e, consequentemente, da Praia do Matadeiro”, afirma um dos moradores contrários ao empreendimento.
O caso desperta temores por repetir um cenário semelhante ao do Rio do Brás, em Canasvieiras, que foi poluído por lançamentos de esgoto de edifícios e hoje enfrenta surtos de viroses no verão, afetando moradores, turistas e o meio ambiente.
Os opositores ao projeto pedem a revogação das Áreas de Desenvolvimento Incentivado (ADIs) previstas no Plano Diretor de Florianópolis (Lei nº 739/2023), que permitem verticalização em regiões sem infraestrutura adequada — como é o caso da Armação. Eles também lembram que a área está situada na zona de amortecimento da unidade de conservação do Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri (MONA), o que exige cuidados especiais com qualquer intervenção urbana.
Para os moradores, a preservação ambiental deve prevalecer sobre os interesses da construção civil. Eles cobram uma revisão urgente das permissões urbanísticas e do modelo de ocupação proposto para a região.
Moradores e ambientalistas lançam abaixo-assinado contra a construção do prédio de sete andares na Praia da Armação. Confira!
Da redação
Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.
Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!
Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!
Para mais notícias, clique AQUI

Notícias relacionadas Ver todas
