Imagem da Ilha

O Festival Internacional de Cinema de Berlim, o Berlinale, que começa nesta semana na capital alemã, já tem confirmada a exibição de no mínimo doze produções brasileiras, uma delas na mostra competitiva que pode dar ao Brasil o cobiçado Urso de Ouro. “O Último Azul”, do cineasta pernambucano Gabriel Mascaro, é a grande vitrine do Brasil no Festival e tem como protagonistasDenise Weinberg e Rodrigo Santoro. 

“O Último Azul” (em inglês, “The Blue Trail”) se passa na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional para “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza, uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. Uma aventura sobre resistência e amadurecimento ao longo dos rios da Amazônia, o filme tem previsão para chegar aos cinemas brasileiros ainda em 2025, com distribuição da Vitrine Filmes.

 “É emocionante ver o cinema independente chegando tão longe, feito com garra e talento" comenta  Rodrigo Santoro, protagonista do filme "O Último Azul". (foto: Divulgação)

A seleção de ‘O Último Azul’ para a competição principal e principal honraria de Berlim só reforça o quanto o Brasil é capaz de produzir um cinema forte, profundo e competitivo. “É emocionante ver o cinema independente chegando tão longe, feito com garra e talento -  muitas vezes, com muito pouco. Sigo acreditando nesse cinema, desde ‘Bicho de Sete Cabeças”, conta Rodrigo Santoro que, ao lado do diretor Gabriel Mascaro, anunciou uma exibição inédita do filme para a imprensa mundial (e o Imagem da Ilha estará presente), no domingo, 16, no famoso Berlinale Palast, horas antes do grande momento Premiere/Tapete Vermelho no Festival.

Berlinale Shorts

O filme ‘Anba Dlo”, do cineasta trans Rosa Caldeira, é o único representante brasileiro no Berlinale Shorts, segmento dedicado aos curtas. “Recebi a notícia e custei a acreditar. Foram 5 mil inscritos para apenas 20 selecionados”, comemora Rosa, que fez sua transição de gênero há seis anos e optou por manter seu nome de batismo. A participação do artista não estará restrita à mostra. Rosa também participa do Berlinale Talents, plataforma de networking e de desenvolvimento de talentos oriundos de países emergentes. “O universo das artes é elitista e excludente, então essa seleção já é um prêmio enorme”, celebra o cineasta, cuja produção do curta envolveu Brasil, Cuba e Haiti.

AA direção do curta de 18 minutos é co-realizada pela também brasileira Luiza Calagian (E). A diretora Rosa Caldeira (D) também participa do Berlinale Talents, plataforma de networking e de desenvolvimento de talentos oriundos de países emergentes. (foto: Divulgação)  

Gravado em Cuba, Anba Dlo narra a história de Nadia, uma bióloga haitiana  que vive na ilha estudando a flora e fauna locais. Até que uma visita vinda de águas profundas a leva a uma jornada, e a floresta cubana começa a sussurrar em línguas desconhecidas. O termo Anba Dlo significa "debaixo d'água"; em crioulo haitiano e é um conceito central no Vodou haitiano, uma das principais religiões do Haiti. A direção do curta de 18 minutos é co-realizada pela também brasileira Luiza Calagian.

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Texto por Karin Verzbikas

Nota da redação: A colunista do Imagem da Ilha, Karen Verzbikas, estará presente no festival, enviando notícias atualizadas. Fique atento(a)!

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