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Verão exige mais cuidados para evitar proliferação do Aedes aegypti

Foto: Ministério da Saúde / Rodrigo Nunes

Publicado em 25/01/2020

O aumento do calor e das chuvas contribui para a formação do cenário ideal para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya.  Além disso, 2020 começou com 97 municípios catarinenses considerados infestados pelo inseto. O gerente de zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, João Fuck, ressalta que é preciso redobrar os cuidados.

“É necessário eliminar os locais que possam acumular água. Se a gente os mantiver, mantém também as condições para o mosquito se reproduzir. O ideal é olhar de pequenos a grandes depósitos, de pratinhos de plantas e recipientes que podem ser descartados, a pneus velhos, calhas e caixas d´água. É importante ter atenção dentro de casa: manter limpos locais como os vasinhos de planta e o depósito da geladeira”, exemplifica o gerente.

Por conta do ciclo de vida do Aedes aegypti, o correto é manter uma rotina semanal de limpeza. Em contato com a água, os ovos se transformam rapidamente em larvas, que dão origem às pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de, aproximadamente, sete dias. Ao fazer a limpeza uma vez por semana aumenta a chance de eliminar possíveis criadouros.

O Aedes aegypti

Ele se caracteriza pelo tamanho pequeno, cor marrom médio e por uma nítida faixa curva branca de cada lado do tórax. Nas patas, apresenta listras brancas.

Quais os hábitos Aedes aegypti?

Ele vive de 35 a 45 dias. Sua alimentação, reprodução e postura dos ovos ocorrem durante o dia, preferencialmente no início da manhã e final de tarde. No entanto, estudos indicam que este período está sendo ampliado. As fêmeas necessitam do sangue humano para a maturação dos ovos. É no momento da picada que pode ocorrer a transmissão das doenças, tanto do vírus aos seres humanos, como a infecção do mosquito ao picar uma pessoa doente.

Ciclo de Reprodução

A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. Ela escolhe mais de um local, para garantir maior sucesso reprodutivo, ou seja, podem nascer insetos de vários recipientes no mesmo ambiente. Nesses locais os ovos podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos se transformam rapidamente em larvas, que dão origem às pupas.

Criadouros

Podem ser os mais variados recipientes que possam acumular água parada. Os mais comuns são pneus sem uso, latas, garrafas, pratos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, calhas, piscinas e vasos sanitários sem uso. A fêmea do mosquito pode, também, depositar seus ovos nas paredes internas de bebedouros de animais e em ralos desativados, lajes e em plantas como as bromélias.

Cuidados para evitar a proliferação do Aedes aegypti

• Evitar usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;

• Guardar garrafas com o gargalo virado para baixo;

• Manter lixeiras tampadas;

• Deixar os tanques de armazenamento de água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água.

• Tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana;

• Manter ralos fechados e desentupidos;

• Lavar com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;

• Retirar a água acumulada em lajes;

• Limpar as calhas, evitando que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;

• Dar descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e manter a tampa sempre fechada;

• Evitar o acúmulo de entulho, pois pode se tornar um criadouro do mosquito.

Orientações gerais

A dengue, a febre de chikungunya e o zika vírus são transmitidos pelo Aedes aegypti. As três doenças apresentam sinais e sintomas parecidos, mas têm níveis de gravidade diferentes. Não há tratamento específico. Quanto ao zika vírus, foi identificada uma relação entre ele e malformações congênitas em bebês de gestantes que contraíram a doença.

Eliminar os criadouros do mosquito ainda é a melhor estratégia para evitar essas doenças.

Da Redação