Especialista esclarece 5 dúvidas comuns sobre a endometriose
Entenda a condição e saiba como identificar sintomas, buscar tratamento e manter viva a esperança da maternidade

A data 07/05 marca o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose - doença que afeta entre 6% a 10% das mulheres no mundo e que, em muitos casos, compromete a fertilidade. Pesquisas indicam que no Brasil, estima-se que cerca de 350 mil mulheres sofram com a doença, o que corresponde a uma em cada 10 mulheres em idade fértil. Os principais sintomas incluem dores incapacitantes, presença de massas pélvicas e dificuldade para engravidar.
Pensando nisso, o Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, respondeu 5 dúvidas recorrentes entre mulheres diagnosticadas com endometriose, além de falar sobre diagnóstico, tratamentos e orientar mulheres de todo Brasil que têm o sonho de ser mães.
O que é a endometriose e por que ela ocorre?
A endometriose é uma condição em que o tecido que reveste o útero (endométrio) cresce fora dele, em órgãos como ovários, trompas, intestino e bexiga. Suas causas exatas ainda são desconhecidas. “A endometriose é uma condição onde esse tecido cresce fora do útero, em órgãos como: ovários, trompas, intestino ou bexiga. Apesar de mais comum na região pélvica há relatos no corpo inteiro.
As causas da endometriose são desconhecidas, há diversas teorias que explicam parcialmente sua existência, mas ainda nenhuma completamente aceita. O fato é que essas células que deveriam se restringir à parte interna do útero são distribuídas e evoluem em outras partes do corpo”, afirma o Doutor.
Quais são os principais sintomas?
Dor intensa (especialmente durante a menstruação), dor pélvica crônica, dor durante o sexo, ao urinar ou evacuar, dificuldades para engravidar, fadiga, sangue nas fezes ou urina e alterações intestinais. “Não há nenhuma dúvida referente aos sintomas, mas o principal sintoma é a dor. As cólicas menstruais tendem a ser intensas, associadas a dor pélvica crônica. Mas outros sintomas estão relacionados às aderências e algumas reações inflamatórias causadas por certos atos, como a dor durante a relação sexual”, explica o especialista.
A endometriose tem cura? Quais são os tratamentos disponíveis atualmente?
Não. A endometriose é uma doença crônica e dependente do estrogênio. Os tratamentos disponíveis (medicamentosos e cirúrgicos) visam controlar os sintomas, mas não curam a doença definitivamente. “Atualmente, não existe nenhuma cura definitiva para a endometriose. As opções clínicas envolvem principalmente o uso de analgésicos e tratamentos hormonais com contraceptivos, que podem aliviar os sintomas, mas que tendem a retornar após a interrupção do tratamento. A cirurgia pode ser eficaz no alívio da dor e na melhoria da fertilidade, mas também não garante a cura completa, e a recorrência dos sintomas é comum”, ressalta o Dr. Vamberto.
Por que essa condição pode comprometer a fertilidade?
Pode causar inflamação, aderências e alteração na anatomia reprodutiva, afetando a função das trompas, a qualidade dos óvulos e a receptividade do endométrio, o que compromete a fertilidade. “A endometriose é caracterizada por um processo inflamatório crônico, que afeta principalmente os tecidos pélvicos, incluindo os ovários. Essa inflamação crônica pode levar à formação de aderências e fibrose, resultando em distorção anatômica que pode prejudicar a função tubária e a implantação embrionária. A presença de estresse oxidativo e inflamação nos folículos ovarianos pode comprometer a qualidade dos oócitos, afetando a reserva ovariana e a competência dos oócitos”, esclarece o ginecologista.
Como é feito o diagnóstico?
É feito por avaliação clínica e exames de imagem como ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética. A laparoscopia é o método definitivo, pois permite ver e biopsiar as lesões. “O diagnóstico de endometriose é um processo que pode envolver uma combinação de métodos clínicos e de imagem, com a laparoscopia sendo tradicionalmente considerada o padrão-ouro, mas avanços em técnicas de imagem não invasivas têm oferecido alternativas valiosas, como:
Avaliação Clínica: O diagnóstico inicial geralmente começa com uma avaliação clínica detalhada, incluindo a história médica e um exame físico. Sintomas comuns incluem dor pélvica crônica, dismenorreia, dispareunia e infertilidade.
Ultrassonografia Transvaginal (US): A ultrassonografia transvaginal é uma ferramenta de diagnóstico amplamente utilizada para a endometriose.
Ressonância Magnética (RM): A ressonância magnética é outra modalidade de imagem importante, particularmente útil para mapear a endometriose profunda e avaliar lesões extra pélvicas.
Laparoscopia: Apesar do avanço das técnicas de imagem, a laparoscopia continua a ser o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo de endometriose, permitindo a visualização direta e a biópsia das lesões”, enfatiza.
Existe alguma forma de prevenção ou hábito que possa ajudar a reduzir os riscos de desenvolver?
Não há prevenção garantida, mas hábitos saudáveis como alimentação rica em antioxidantes, redução do estresse e cuidados com o microbioma podem ajudar a reduzir o risco. Fatores genéticos também influenciam. “A prevenção da endometriose é um campo de pesquisa em evolução, e algumas estratégias têm sido sugeridas para reduzir o risco de desenvolvimento da doença. A literatura médica indica que fatores genéticos e epigenéticos desempenham um papel significativo na etiologia da endometriose. Além disso, modificações dietéticas têm sido propostas como uma forma de influenciar o desenvolvimento e a progressão da endometriose. Nutrientes com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, como vitaminas e oligoelementos, podem ter um papel na prevenção da endometriose”, finaliza o endócrino.
Da redação
Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.
Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!
Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!
Para mais notícias, clique AQUI
