00:00
21° | Nublado

Tribunal de Justiça decide na próxima quarta-feira (09/11) sobre o custeio de remédios e tratamentos de saúde

Decisão dos desembargadores irá impactar a vida de mais de 25 mil catarinenses. Além disso, Tribunal colocará em prática dispositivo jurídico inédito no Estado (Foto: Divulgação)

Publicado em 03/11/2016
O Governo​ de Santa Catarina gasta, por ano, cerca de R$ 160 milhões para garantir remédios ou tratamentos 
​de saúde não oferecidos pelo SUS para pessoas que não têm ​como pagar. Cerca de 25 mil entraram na ​J​ustiça pleiteando 
​tal ​direito. Diante de tantos casos, o TJ catarinense votará ​a matéria ​na próxima quarta-feira (09/11) e usará pela primeira vez no Estado um novo dispositivo processual: o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas.
​ 
Este dispositivo  p​ermite que casos recorrentes e idênticos recebam a mesma sentença. Ou seja, o que for decidido na semana que vem pelos desembargadores valer​á​ para todos os casos no Estado.  Por isso, a decisão do Tribunal de Justiça, seja qual for, será histórica porque trata de uma questão que tem gerado grande comoção e que vai impactar diretamente a vida de milhares de pessoas.  
 
Em meio a esse debate acalorado, as partes concordam que há um enorme desequilíbrio entre os custos médico-hospitalares e as receitas, potencializado por desperdícios e pela judicialização do setor. Em 2015, a esfera federal e as operadoras de planos de saúde gastaram, cada uma, cerca de R$ 1,2 bilhão, somente para atender às demandas judiciais.
 
Para o advogado Rodrigo Ferrari,  quando uma pessoa exige, por meio do Judiciário, acesso a um único procedimento de altíssimo custo, ela está drenando recursos que poderiam ser utilizados no tratamento de moléstias que acometem milhares de outros cidadãos.  “É justo” – questiona Ferrari – “salvar uma vida e condenar um grande número à morte?”. 
 
Segundo ele, o modelo atual favorece aqueles que têm melhores condições financeiras e, por consequência, acesso a advogados qualificados. Assim, recursos que deveriam ser endereçados à população carente tornam-se mais escassos. Acresce o fato de que verbas orçamentárias nesse campo são mal geridas. 
 
Leia também: 

Saiba como prevenir a osteoporose

Conheça os benefícios do Pilates

Para Ferrari algumas opções são a Ampliação de Varas Especializadas em Saúde; Criação de Câmaras Técnicas de Conciliação no Judiciário, com participação de profissionais da área; Ampliação dos Núcleos de Apoio Técnico, de preferência com o suporte de médicos independentes; Cursos que capacitem gestores e operadores do direito (juízes, promotores, defensores públicos), para tomada de decisões com base em evidências científicas.
 
Polêmico, o debate  é importante para construir uma saída que leve em conta todos os lados envolvidos, pensando sempre no interesse coletivo e nas reais condições do nosso sistema de saúde. 
 
Da Redação