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Tarifaço de Trump põe SC na mira e ameaça bilhões

Tarifaço de Trump põe SC na mira e ameaça bilhões
Santa Catarina pode enfrentar uma das maiores perdas econômicas entre os estados brasileiros com a possível entrada em vigor do tarifaço de Trump nesta sexta-feira. (Foto: Governo EUA)

Publicado em 30/07/2025

Santa Catarina pode ser um dos maiores prejudicados pelas novas tarifas que os Estados Unidos pretendem impor sobre produtos brasileiros. A medida, proposta pelo ex-presidente Donald Trump, prevê uma taxação de 50% sobre importações e, caso entre em vigor nesta sexta-feira (1º), pode provocar um prejuízo de até R$ 1,7 bilhão ao estado catarinense. O alerta foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), e divulgado pela Fiesc (Federação das Indústrias de SC).

Entre os cinco estados brasileiros mais afetados pelo chamado “tarifaço”, Santa Catarina aparece como o quarto com maior perda estimada. Em 2024, o estado foi responsável por 41% de toda a madeira brasileira exportada aos EUA — principal destino dos produtos catarinenses. Com isso, o setor madeireiro deve sentir os impactos mais diretos da nova política americana, atingindo desde produtos acabados, como portas e compensados, até itens semi-prontos como soleiras e perfis de madeira.

Além da madeira, motores elétricos e peças mecânicas também estão na lista de exportações mais suscetíveis ao aumento de tarifas. A indústria de transformação, que representa quase a totalidade das vendas externas de Santa Catarina para os Estados Unidos, pode ver uma retração de até 0,31% no PIB estadual em 2025, segundo estimativas da CNI.

Outro fator que agrava o cenário para o estado é sua dependência dos EUA como fornecedor. Em 2024, Santa Catarina importou US$ 2,221 bilhões em insumos de origem americana, incluindo produtos químicos, farmacêuticos, automóveis e plásticos industriais como polietileno e copolímeros. Os EUA ocupam o terceiro lugar entre os maiores fornecedores internacionais do estado.

No cenário nacional, a CNI prevê perdas de até R$ 19 bilhões com a medida, que pode causar ainda a eliminação de 110 mil empregos, redução de 0,16% no PIB brasileiro e retração de 0,12% na economia global. O comércio mundial pode recuar 2,1% se as tarifas forem aplicadas integralmente.

Os impactos do tarifaço também atingem fortemente os estados do Sudeste e do Sul. São Paulo lidera as perdas, com R$ 4,4 bilhões a menos na economia estadual e recuo de 0,13% no PIB. O Rio Grande do Sul e o Paraná aparecem logo atrás, com prejuízos de R$ 1,917 bilhão e R$ 1,914 bilhão, respectivamente. Minas Gerais também deve registrar perdas de R$ 1,6 bilhão, com destaque para a indústria de transformação, que representa 66% das exportações mineiras para os Estados Unidos.

A expectativa do setor produtivo é de que o governo brasileiro reaja com medidas diplomáticas ou busque formas de mitigar os danos, enquanto empresas e federações industriais já avaliam readequações nos mercados de destino e nas cadeias de fornecimento.

 

 

 

Da redação

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