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Dentro do projeto “Educar para Salvar”, a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis (SME) intensificará no início deste segundo semestre escolar uma campanha para combater a pipa com cerol. 

Nessa terça-feira, 30 de julho, será debatido o assunto na Escola Básica João Gonçalves Pinheiro, no Rio Tavares. A discussão será realizada às 9 horas da manhã e às 13h30 com a presença de crianças e profissionais da educação. A conversa ficará a cargo do professor e bombeiro comunitário Charles Schnorr, coordenador de Prevenção da SME, e de pessoas que sofreram com algum tipo de ferimento com a linha do brinquedo que é envolvida em uma mistura de cola e de vidro moído.

Para Charles, esse tema não é uma novidade na rede municipal. “Ele é trabalhado cotidianamente, tanto com crianças como com professores. Sempre buscando uma cultura prevencionista, não apenas para esse tipo de acidente, mas para outros, urbanos ou domésticos”. 

A pipa que embeleza o céu, pode ser sinônimo de acidentes. Basta a linha estar com cerol. Em alguns casos, provoca a morte, como ocorreu com Josiane Marques, 34 anos. No sábado, 20 de julho, no KM 4 da BR 282, na Via Expressa do Continente, em Florianópolis, dirigindo a sua moto, ela foi atingida no pescoço por uma  dessas linhas. 

O secretário de Educação da Capital, Maurício Fernandes Pereira, estará orientando as 114 unidades de ensino da Prefeitura para que abordem a questão com os 30 mil estudantes da rede, de forma mais enfática. “O assunto é sério. E assim deve ser tratado. Temos que envolver toda a comunidade escolar para que não percamos mais vidas”, disse. 

Quem sofreu na pele

Na quarta-feira, 31 de julho, será a vez da Escola Básica José do Valle Pereira, no bairro João Paulo, focar no assunto por intermédio de palestra às 9 horas da manhã e às 13h30.  Na parte da tarde, estará presente Daniel Rosa, motociclista atingido por uma linha com cerol, dia 26 de maio deste ano, enquanto trafegava também na Via Expressa do Continente. 

Daniel teve 30 pontos na testa e 10 nas mãos. Ele conta que se sensibilizou com a morte de Josiane Marques. Por isso, vendeu a moto dele e com o dinheiro comprou antenas corta pipas para distribuir gratuitamente para os motociclistas. Somando as doações recebidas, já entregou 400 antenas.
“Doei por achar que seria a coisa certa, uma moto que não me trazia uma lembrança boa, e acho que acertei, pois acredito que através dela, hoje 400 motoqueiros estão protegidos com uma antena”, explica. 

O intuito da participação do Daniel na palestra é conscientizar os estudantes e profissionais sobre os perigos da cultura de soltar pipa com cerol, o risco de causar acidentes como o que ele sofreu por conta de uma brincadeira que poderia ser evitada. 

No dia 2 de agosto, sexta-feira, às 9h da manhã, a Prefeitura promove um bate-papo para docentes no Centro de Educação Continuada da SME. 

A unidade educacional, seja creche ou escola, que desejar receber uma palestra a respeito da linha cortante é só ligar para a Coordenação de Prevenção: 3212-0924.

Fique atento

A lei estadual 11.698, de 2001, proíbe a utilização “de pipas ou similares equipadas com instrumentos cortantes e com linhas preparadas à base de produtos cortantes”. 
Também está especificado que, caso o infrator seja menor de idade, o responsável legal responderá pelo descumprimento da lei.

Brinque com segurança

- Não use cerol na linha;
- Solte pandorga apenas em campos abertos ou parques;
- Se a pipa ou rabiola enroscarem nos fios da rede elétrica, não tente tirá-las. Ao puxar o brinquedo, os fios podem se tocar, provocando curto-circuito e rompimento de cabos;
- Não suba em telhados, lajes, postes ou torres para empinar ou recuperar pipas;
- Não solte pipa em dias com chuva ou relâmpagos. Isso aumenta o risco de você sofrer uma descarga elétrica;

Denuncie quem está soltando pipa com cerol

153 – Guarda Municipal
190 – Polícia Militar
198 – Polícia Rodoviária Estadual
191– Polícia Rodoviária Federal

Da Redação