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Pessoas financeiramente inteligentes usam o dinheiro para realizar sonhos

(Foto: Divulgação)

Publicado em 04/09/2017

A primeira regra para alcançar o equilíbrio financeiro é reconhecer como você lida com suas finanças. E isso não significa saber quanto entra e quanto sai da sua conta bancária. Pessoas com a saúde financeira em dia usam o dinheiro para realizar sonhos. Além disso, dormem tranquilas, com a conta no azul e uma bela poupança para situações de emergência, sabem como multiplicar seus ganhos e controlar seus gastos. 

Entretanto, apenas uma parte da população brasileira é capaz de atingir este ponto de equilíbrio quando o assunto é dinheiro. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias brasileiras endividadas era de 57,1% em julho de 2017, ou seja, metade da população gasta mais do que pode, muitas vezes para comprar o que não precisa.

Outra pesquisa feita em 2013, pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), constatou que 85% dos brasileiros fazem compras por impulso, ou seja, por puro consumismo e este tem origem emocional.
 
Uma questão de família

De acordo com a psicóloga Carolina Marques, o comportamento em relação ao dinheiro está ligado às crenças e aos valores formados desde a infância, principalmente no ambiente familiar. “Não temos educação financeira na escola. Quem nos ensina a lidar com as finanças são nossos pais. Se os pais compram tudo para os filhos, mais tarde isso pode refletir em um comportamento consumista. Se os pais não ensinam a guardar o dinheiro para usá-lo depois, por exemplo, essa pessoa não terá a crença de que é importante ter um pé de meia para situações como doenças ou desemprego”, diz Carolina.

Além do sistema de crenças e valores construído ao longo da infância e da adolescência, o comportamento em relação ao dinheiro está diretamente ligado às emoções. Na pesquisa do SPC, por exemplo, uma em cada quatro pessoas admitiu que fez compras por ansiedade, tristeza ou angústia.

“Muitas vezes, comprar pode preencher o vazio existencial, mesmo que temporariamente. Pode ajudar a melhorar a autoestima e dar a sensação de prazer. Entretanto, esses sentimentos são passageiros, já que o endividamento irá anular esses efeitos, podendo inclusive trazer ainda mais problemas, tanto financeiros, como de saúde”, explica Carolina.

Como viver no azul?

Para ter uma boa saúde financeira é preciso fazer um planejamento e ter disciplina. Além disso, segundo Carolina, se a pessoa percebe que as compras são movidas a sentimentos, é preciso tratar isso na psicoterapia. “A compulsão por compras pode atrapalhar o planejamento financeiro e é preciso entender o que está por trás deste comportamento. A terapia também pode ajudar a repensar as crenças e valores a respeito das finanças, assim como pode ajudar a pessoa a identificar seus objetivos e sonhos”, diz a especialista.
 
Tenha um projeto de vida

O dinheiro, além de pagar as contas no final do mês, também deve ser usado para atingir objetivos. Ter isso em mente facilita muito o controle dos gastos, principalmente aqueles feitos por impulso, assim como ajuda a reduzir as despesas extras, como aquele cafezinho depois do almoço, o delivery de comida no meio da semana, etc.

“O passo mais básico é saber quanto entra e quanto saí, mas só isso não é suficiente para ter uma boa saúde financeira. A pessoa precisa tomar consciência que o dinheiro é o meio para realizar seus objetivos maiores, não apenas aqueles de sobrevivência, como mercado, farmácia, alimentação e vestuário,”, diz Carolina.

Para comprar uma casa, por exemplo, é preciso saber quanto o imóvel custa, quais recursos são necessários para comprá-la, como dinheiro, tempo, documentos, etc. Isso vale para a compra de um carro, para uma viagem, para uma festa de casamento, entre outros sonhos. Por fim, não importa onde estamos hoje, o importante é ter a visão de onde queremos chegar e isso pode mudar tudo.

 

Da Redação