Museu Histórico de Santa Catarina promove palestras na Semana Cruz e Sousa
De 14 a 18 de março, o Museu Histórico de Santa Catarina, administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) no Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis, promove a Semana Cruz e Sousa, um ciclo de dez palestras por ocasião dos 119 anos de morte do poeta Cruz e Sousa. Os encontros ocorrerão no auditório do Museu, em dois horários – das 14h às 16h e das 18h às 20h - e serão ministrados pelo doutor em Letras/Literatura Juan Marcello Capobianco. As inscrições são gratuitas e estão abertas pelo link https://goo.gl/WWD3sh.
“É uma grande honra e emoção, para mim, a possibilidade de trazer ao público o fruto de longos anos de pesquisa profunda sobre Cruz e Sousa", comenta Capobianco. As palestras irão abordar diversos temas relacionados ao poeta simbolista: o preconceito que sofreu ao longo da vida, sua postura abolicionista, sua fama nacional e mundial como escritor, análise e estudos das obras, entre outros.
Sobre as palestras
Palestra 1: Cruz e Sousa: de "poeta negro" a cidadão catarinense e poeta do mundo
Quando: 14/3 (terça-feira), das 14h às 16h
Vamos revisitar o poeta desde seu nascimento e criação, analisando o preconceito com que foi recebido e lido, sua postura abolicionista, até à compreensão do cidadão catarinense que foi além de suas fronteiras, escrevendo não só para o Brasil, mas para o mundo.
Palestra 2: A relevância de Cruz e Sousa no atual cenário das Letras Brasileiras (parte 1)
Quando: 14/3 (terça-feira), das 18h às 20h
Cruz e Sousa é atual porque ainda hoje instiga e provoca análises e novas descobertas em sua interpretação. Repassando teóricos modernos (Michel Foucault, Villém Flusser, Peter Bürger, Octavio Paz), e as neurociências, veremos a real importância de Cruz e Sousa na atualidade dos estudos literários.
Palestra 3: A importância atual de Cruz e Sousa para a Literatura e poesia (parte 2)
Quando: 15/3 (quarta-feira), das 14h às 16h.
Recordando a palestra anterior, continuaremos analisando a importância de Cruz e Sousa sob os pontos de vista dos estudos literários e da Sociedade, articulando modernas teorias (como a “Desconstrução”, do filósofo Jacques Derrida) para reinterpretar o poeta catarinense, que foi um dos maiores gênios da história de nossas Letras.
Palestra 4: Os conflitos na recepção crítica de Cruz e Sousa no Brasil - de 1893 a 1945 (parte 1)
Quando: 15/3 (quarta-feira), das 18h às 20h.
Na palestra, voltaremos no tempo até a publicação dos primeiros livros do poeta, em 1893, analisando como e por que sua obra foi recebida com tantos enganos. Veremos a paixão de Cecília Meireles, Mário de Andrade e Félix Pacheco pela poesia do grande catarinense, e como sua obra conseguiu sobreviver ao tempo.
Palestra 5: Os problemas na compreensão da obra de Cruz e Sousa - de 1945 à atualidade (parte 2)
Quando: 16/3 (quinta-feira), das 14h às 16h.
A partir de 1945 são publicados os poemas que Cruz e Sousa não escolheu mostrar ao público. Veremos como o Brasil redescobriu o lado abolicionista do poeta e as grandes confusões na hora de interpretar a obra, até hoje, pois o gênio catarinense criou arte poética universal, com pouquíssimos elementos africanistas. Analisaremos como isto desnorteou os críticos, e como hoje novas luzes surgiram para compreender melhor o poeta.
Palestra 6: A questão complexa da negritude na obra de Cruz e Sousa (parte 1)
Quando: 16/3 (quinta-feira), das 18h às 20h.
Resumo: Abordaremos o surgimento dos primeiros livros do poeta na proximidade da Abolição, os preconceitos, a exclusão social, e a incrível resposta que ele deu por meio de sua obra. Análise sociológica e literária.
Palestra 7: A questão complexa da negritude na obra de Cruz e Sousa (parte 2)
Quando: 17/3 (sexta-feira), das 14h às 16h.
Recordando e prosseguindo a palestra anterior, veremos as várias formas como a negritude pode ser entendida na obra do poeta catarinense, analisando o mito do "poeta negro" e, percorrendo os campos da Sociologia e da Literatura para ver a resposta genial (e ainda atual) que ele deu ao preconceito.
Palestra 8: Por que Cruz e Sousa não tem a projeção nacional que merece e o que podemos fazer
Quando: 17/3 (sexta-feira), das 18h às 20h.
Veremos como os críticos em peso situam o poeta catarinense como fundador do Simbolismo na poesia brasileira e maior autor desse movimento, até hoje, e as razões acadêmicas, literárias e sociais que durante o século XX e ainda atualmente impedem sua obra de ter a fama que merece. Analisaremos o que podem fazer os leitores e educadores para corrigir esse desvio histórico.
Palestra 9: A qualidade poética de Cruz e Sousa: análise e leitura de poemas
Quando: 18/3 (sábado), das 14h às 16h.
Faremos uma leitura cuidadosa de alguns poemas famosos e outros menos conhecidos, demonstrando as infinitas possibilidades de riqueza com que se pode interpretar Cruz e Sousa, e apontando novos caminhos para entender o grande catarinense.
Palestra 10: A universalidade da poesia de Cruz e Sousa
Quando: 18/3 (sábado), das 18h às 20h.
Visitaremos a obra do poeta para demonstrar sua riqueza e universalidade, analisando como o gênio catarinense respondeu aos conflitos de sua época, deixando uma herança criativa que é brasileira, mas que transborda de elementos universais. Veremos os críticos que afirmaram isso, mesmo antes de 1943, quando o sociólogo francês Roger Bastide considerou Cruz e Sousa um dos três maiores poetas simbolistas do mundo.
Sobre o palestrante
Juan Marcello Capobianco atualmente é pesquisador Pós-Doutorando em Letras Vernáculas, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui Doutorado em Literatura Comparada, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com ênfase em Cruz e Sousa; e Mestrado em Estudos de Literatura, Subárea: Literatura Brasileira/Teorias da Literatura, também pela UFF, com o tema em Cruz e Sousa. Foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com publicações envolvendo Cruz e Sousa, o Simbolismo, Roland Barthes, João Ubaldo Ribeiro, Baudelaire, temas sobre os quais também apresentou e publicou trabalhos em Congressos, Seminários e outros eventos, incluindo minicurso sobre Cruz e Sousa.
É membro do corpo editorial e Revisor de periódico da Revista Philologus, do Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos. Possui graduação em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (2012).
Tem experiência na área de Artes, pois é músico sinfônico profissional, instrumento violino, efetivo desde 1993 na Orquestra Sinfônica Nacional da UFF. Em 2002 registrou na Fundação Biblioteca Nacional 320 sonetos de sua autoria, simbolistas e parnasianos, ainda inéditos. Também publicou artigos no site www.direitonet.com.br, especializado na área Jurídica. Tem experiência em Direito do Consumidor, tendo ingressado em causa própria nos Juizados Especiais Cíveis, elaborando as petições e comparecendo às audiências. Em 1997, apresentou-se como solista de violino com a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF em Concerto Comemorativo aos 424 anos da cidade de Niterói, no Teatro Municipal de Niterói.
Da Redação