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Mosquitos estéreis podem controlar a Dengue

Insetos foram produzidos em laboratório, sendo apenas machos e estéreis. O trabalho demonstrou que quando soltos no meio ambiente, havia a supressão da procriação da espécie, uma vez que as fêmeas não conseguiam colocar ovos fecundados. (Foto: divulgação)

Publicado em 16/05/2023

Milhões de mosquitos soltos em bairros de Ortigueira, município com mais de 21 mil habitantes da região central do Paraná, ajudaram a controlar a dengue no município. Os insetos foram produzidos em laboratório, sendo apenas machos e estéreis. O trabalho demonstrou que quando soltos no meio ambiente, havia a supressão da procriação da espécie, uma vez que as fêmeas não conseguiam colocar ovos fecundados. Em pouco tempo, cientistas identificaram que não havia mais a presença de mosquitos Aedes aegypt em vários pontos da cidade.

O trabalho de Controle Natural de Vetores (CNV) foi desenvolvido pela empresa Forrest Brasil, detentora de tal expertise única do mundo, que contou com apoio da Prefeitura e da Klabin. O exemplo da eficácia do experimento pode ser representado em números.

Em 2020, Ortigueira apresentava 120 casos de dengue, sendo as áreas mais afetadas a Vila Gomes e o Centro. Após a implantação do projeto, o número de casos foi reduzido em 95%.

Em pouco tempo, o poder público sentiu um reflexo epidemiológico (com a queda do registro da doença) e econômico também. Afinal, por ano, o combate à doença consome milhões de reais no tratamento de pessoas, ocupação de leitos hospitalares, sobrecarga de médicos e enfermeiros, sem levar em consideração todo o dinheiro gasto no trabalho de campo de agentes de endemias, remoção de criadouros e uso de fumacê. Em todo o Brasil, por ano, mais de R$ 2,3 bilhões de recursos do SUS são usados no combate à dengue.

Estudo do controle biológico

Em 2020, Ortigueira apresentava 120 casos de dengue, sendo as áreas mais afetadas a Vila Gomes e o Centro. Após a implantação do projeto, o número de casos foi reduzido em 95%.

O experimento com soltura em massa de mosquitos estéreis também foi realizado em Jacarezinho, município com pouco mais de 39 mil habitantes, no norte pioneiro do Paraná. A cidade já enfrentou algumas epidemias de dengue, inclusive com registro de mortes. Depois de alguns meses, os testes feitos em alguns bairros da cidade demonstraram que não havia mais a presença de mosquitos Aedes aegypt, bem como redução significativa na incidência do mosquito.

Agora, o projeto também passou a ser aplicado pela Prefeitura de Jaguariaíva, município com cerca de 35 mil habitantes do norte pioneiro do Paraná, que apresentava índice significativo de infestação do Aedes.  O último levantamento do índice rápido (Lira) registrou alto risco de epidemia com a presença do mosquito em 4,7% dos imóveis da cidade, muito acima do 1% que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nessas três cidades paranaenses, cientistas da Forrest Brasil já soltaram mais de 82 milhões de mosquitos estéreis no meio ambiente proporcionando um controle epidemiológico tanto da dengue, quanto da chikungunya e zika vírus também.

 

RESULTADOS

Os resultados do Controle Natural de Vetores são reconhecidos pela comunidade internacional e recentemente os estudos foram publicados na revista Lancet, uma das mais importantes no cenário científico. O estudo mostra que entre dezembro de 2020 e julho de 2022, houve uma redução de até 98,7% da progênie dos mosquitos Aedes aegypti. Além disso, durante um surto de dengue que ocorreu nas cidades vizinhas a Ortigueira, a incidência de dengue nessa cidade foi 97% menor em comparação com as cidades de controle. O método é aplicável em larga escala e quando usado em condições reais e não controladas.

Outra vantagem do método desenvolvido pelos cientistas da Forrest Brasil é que a tecnologia é amiga do meio ambiente, já que não gera resíduos e não prejudica a saúde das pessoas e animais, ao contrário do fumacê, por exemplo. A técnica também não trabalha com transgenia.

A Forrest Brasil tem uma fábrica de produção de mosquitos estéreis instalada em Londrina, norte do estado do Paraná, apresentando capacidade para atendimento de vários municípios por meio de metodologias inovadoras para a produção de insetos.

Leia também o Artigo Lancet que ambasa o estudo de efetividade do controle biológico

Da redação

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