Inteligência emocional: conheça os 3 principais hábitos para desenvolvê-la
Começar a desenvolver a inteligência emocional pode ser muito mais simples do que muitos imaginam. A mudança de pequenos hábitos no dia a dia, e que podem ser feitas por qualquer pessoa, é o primeiro passo para quem está em busca dessa evolução.
De acordo com o psicólogo especializado em avaliação de desempenho, Wanderley Cintra Jr., existem três pontos prioritários que contribuem com o desenvolvimento da inteligência emocional.
O primeiro deles é aprender a dizer não. “É muito comum as pessoas fazerem coisas porque seus familiares, cônjuges ou amigos querem, mas contra a própria vontade. Fazer isso uma vez ou outra, é normal. Mas quando vira um hábito, se torna um problema”, explica Wanderley.
“No trabalho também é muito comum esse tipo de situação. As pessoas acabam aceitando fazer mais tarefas do que o seu limite de tempo permite, já que vivemos em uma cultura em que ‘não podemos desagradar o outro’. Essa mania de super herói, de que temos que dar conta de tudo, em algum momento, começa a sufocar. Por isso é importante avaliar quais são as situações em que você pode dizer não para evitar esse sobrecarregamento”, analisa.
Nesse quesito, o psicólogo ainda ressalta como é importante saber preencher o tempo. “A coisa mais democrática que existe no mundo é o tempo. Todos possuem 24 horas por dia, então o que eu faço com o meu tempo, vai dizer muito sobre a minha inteligência emocional. Se eu me sinto sufocado e pego coisas demais por não saber dizer não, isso me gera uma série de problemas”, comenta.
Já o segundo hábito é o da assertividade, saber dizer aquilo que te incomoda. “A assertividade é a capacidade de dizer aquilo que você se propõe a dizer de maneira gentil, educada e direta. Por exemplo, se você está em um restaurante e o seu pedido vem errado, você tem três caminhos: ter um comportamento permissivo e passivo, que é comer o prato errado sem reclamar; ser agressivo, que é chamar o garçom e fazer uma reclamação de maneira grosseira; ou ser assertivo, que, de forma educada, você explica ao garçom que o seu pedido veio errado e solicita a troca”, diz Wanderley.
O psicólogo ainda explica que isso acontece em vários campos da nossa vida e que, quando as pessoas partem para o comportamento permissivo, em algum momento, essa passividade causa o efeito estilingue, ou seja: uma hora ela precisa soltar. E é nesse momento que é comum as pessoas partirem para a agressividade. Com isso, caso ela não treine esse hábito, ela raramente consegue ser assertiva.
O terceiro ponto que contribui com o desenvolvimento da inteligência emocional é encontrar válvulas de escape. “Chamamos isso de fortalezas. Para isso, cada um deve se perguntar: o que me fortalece? O que me faz bem? Assistir a um filme, ler um livro, comer bem ou ter tempo para mim podem ser essas fortalezas. E descobrir o que é essa recarga para você, esses momentos que trazem paz e tranquilidade, são essenciais para esses momentos de ‘fuga’”, explica.
Porém, nem sempre as pessoas conseguem administrar bem o seu tempo para ter esses momentos de prazer. Por isso, treinar o hábito de dizer não e saber em quais momentos é possível não se sobrecarregar com tarefas excessivas, é o primeiro passo para desenvolver a inteligência emocional.
Prática e vigilância
Para que esses hábitos sejam absorvidos, eles devem ser treinados e vigiados diariamente. “Como estamos falando da personalidade de cada um, caso essas atitudes não estejam em constante vigia, elas podem voltar ao estado anterior rapidamente. Mudanças de hábitos costumam ser demoradas e, assim como o lembrete de se alimentar de maneira saudável frequentemente, é necessário fazer o mesmo com a inteligência emocional”, ressalta Wanderley.
“Além disso, é necessário ter consciência sobre o que te prejudica e reparar, no dia a dia, em que momento isso acontece. A partir daí, você consegue se propor a mudar. Caso contrário, sem conhecer esses incômodos, só a proposta da mudança não funciona. E esse treino acontece de forma transversal. Em alguns lugares, as pessoas têm mais permissão do que em outros. Portanto, o ideal é começar com os ‘pequenos nãos’. Quanto menor o passo, mais fácil será para ver a mudança e transformá-la em hábito”, diz.
O psicólogo ainda explica que algumas pessoas possuem mais facilidade para essa mudança do que outras. “Nem sempre é necessário buscar ajuda de um profissional da área para desenvolver a inteligência emocional. Mas em alguns momentos da vida, ter esse acompanhamento pode ajudar as pessoas a entenderem brechas ou fissuras que aconteceram em suas jornadas, avaliar se existe algum trauma que não foi bem absorvido e que é preciso lidar com isso antes de treinar esses hábitos”, finaliza Wanderley.
Da redação
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