Florianópolis reúne representantes de 11 países para estimular pesquisas sobre o Oceano Atlântico
Começou, nesta segunda-feira, 20, em Florianópolis, a 2ª Reunião Ministerial e Diálogo de Alto Nível Indústria-Ciência-Governo sobre Interações Atlânticas. O encontro, que segue até terça-feira, 21, vai discutir a criação do Centro Internacional de Pesquisa do Atlântico (AIR Center), iniciativa liderada pelo Governo de Portugal para utilizar o posicionamento estratégico do arquipélago de Açores nas pesquisas sobre mudanças climáticas, sistemas de energia, espaço e ciências de dados no Oceano Atlântico.
O ministro Kassab destacou que o Brasil participa ativamente na consolidação do projeto, que promove a troca de conhecimento entre todos os países envolvidos e, em especial, pelo Oceano Atlântico. “Vamos trabalhar juntos, somar nossos potenciais e empreender esforços em busca do conhecimento e do desenvolvimento científico. Temos muito que contribuir com nossos resultados positivos no campo da ciência, da pesquisa e inovação”, afirmou.
A programação conta com diálogo plenário entre ministros, governos, indústrias, líderes de pesquisas sobre a implementação do AIR Center. Também estão previstas oficinas de pesquisas paralelas e assinatura de memorandos de entendimentos para criação do centro. Os países participantes são Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Estados Unidos, Índia, Nigéria, Portugal, Espanha, Uruguai, além da Comunidade Europeia.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Sergio Gargioni, e o secretário executivo de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira, e outras autoridades também acompanharam a abertura do evento.
Construção do AIR Center
A construção do AIR Center foi proposta pelo governo português durante a 1ª Reunião da Subcomissão de Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação entre Brasil e Portugal, realizada em 30 de junho de 2016 e liderada, do lado brasileiro, pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), Jailson de Andrade. A delegação portuguesa manifestou interesse pela cooperação no Atlântico, ressaltando a oportunidade de aproveitar estruturas científicas já existentes para o desenvolvimento de uma plataforma de pesquisa internacional.
O centro terá infraestrutura para abrigar uma base espacial, instalações para medição de radiação atmosférica e um departamento de oceanografia e pesca. A expectativa é que o Brasil participe das pesquisas que serão desenvolvidas no AIR Center nas áreas de energia, mar, mudanças climáticas e observação da Terra.
Envolvimento de SC
O presidente da Fapesc, Sergio Gargioni, acompanha a proposição do novo centro, tendo participado, em julho deste ano, em Lisboa, do lançamento da Declaração de Belém para Pesquisas no Oceano Atlântico e Cooperação em Inovação. Este tratado de cooperação científica firmado por Portugal, África do Sul e Brasil – assinado pelo ministro Kassab – previa maior cooperação em pesquisa no Atlântico Sul e Tropical e em outros oceanos austrais, diante da influência marinha no clima e, consequentemente, em atividades de agropecuária, mineração, pesca e aquicultura, transporte e turismo.
No mesmo mês, Gargioni e o secretário executivo de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira, receberam o ministro português (foto acima) para combinar a realização da segunda reunião voltada à implantação do AIR Center, evento que acontece agora no Costão do Santinho. Por sua ligação cultural com o arquipélago açoriano, Florianópolis foi escolhida para sediar o evento e o governo estadual garantiu apoio institucional.
Da Redação