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Fevereiro Roxo: campanha na Capital alerta para doenças crônicas

Foto: Reprodução

Publicado em 22/02/2021

O mês de fevereiro é conhecido entre os profissionais de saúde como o Fevereiro Roxo, dedicado à prevenção e conscientização sobre doenças como Lupus, Fibromialgia e Alzheimer, que são condições diferentes, mas que têm um ponto em comum: são incuráveis. Por isso, o Fevereiro Roxo foi criado com o lema “se não houver cura, que ao menos haja conforto”, aludindo à importância de proporcionar bem-estar aos portadores de doenças crônicas.

Não existe um calendário oficial de conscientização. O trabalho geralmente é feito por ONGs e, muitas vezes, apoiado por prefeituras e governos estaduais, além de hospitais públicos e instituições privadas de saúde que promovem palestras, ações de informação sobre as doenças e até mutirões de saúde. O objetivo é dar visibilidade a estas doenças e incentivar a procura por um diagnóstico.

Lúpus

De acordo com o médico Ivanio Pereira, chefe do Serviço de Reumatologia Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o próprio sistema imunológico do paciente atinge os órgãos e tecidos do corpo (como se eles fossem invasores externos). Os locais mais acometidos são a pele, articulações e rins, entre outros.

“Apesar de não haver cura, muitos avanços científicos em pesquisa clínica ocorreram nos últimos anos, o que permitiu o encontro de novos tratamentos mais efetivos a estes pacientes. Outra informação relevante é que o diagnóstico desta doença tem sido mais fácil e precoce, com os novos exames laboratoriais agora disponíveis”, explicou.

Segundo ele, o comprometimento da pele, como no Lúpus cutâneo crônico ou discoide, é uma forma geralmente mais branda da doença, que não afeta outros órgãos e assim não é chamado de lúpus eritematoso sistêmico.

Fibromialgia

Sobre a Fibromialgia, Ivanio Pereira explicou que é uma síndrome dolorosa crônica que decorre de uma percepção anormal do sistema nervoso central aos estímulos dolorosos periféricos. Esta é uma condição que além da dor difusa e crônica se associa a fadiga e distúrbio do sono, como insônia ou sono não reparador.

Outros achados frequentes nestes pacientes são cefaleia crônica, depressão, síndrome do intestino irritado e dor pélvica crônica. Estudos novos sobre a fisiopatologia desta síndrome permitiram o reconhecimento de alterações em neurotransmissores que regulam dor crônica. Estes estudos também possibilitaram a utilização de novos tratamentos com medicações mais efetivas.

Em relação a fibromialgia, é importante tentar restaurar um bom sono e estimular atividade física regular, o que pode ajudar a restaurar o desequilíbrio dos neurotransmissores nesta condição. A maioria dos portadores é composta por mulheres entre 30 e 60 anos de idade, mas a síndrome pode surgir mais cedo, inclusive na infância e na adolescência. Sabe-se que há fatores genéticos envolvidos, ou seja, quem tem um familiar com Fibromialgia é mais propenso a apresentar a doença.

Alzheimer

O Alzheimer, causa mais comum de demência no mundo, se caracteriza clinicamente por declínio lentamente progressivo de habilidades cognitivas, principalmente da memória, prejudicando a capacidade do indivíduo realizar suas atividades cotidianas (esse prejuízo da capacidade de realizar atividades cotidianas causado por declínio cognitivo é o que chamamos de demência).

“Geralmente se inicia por problemas de memória (como esquecimento, dificuldade em gravar informações, repetir muitas vezes as mesmas coisas), mas com o tempo é comum surgirem outras dificuldades: problemas comportamentais, depressão, alterações da compreensão, dificuldade para reconhecer familiares”, explica o professor voluntário e neurologista do HU-UFSC, Eduardo de Novaes Costa Bergamaschi.

Da redação

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