00:00
21° | Nublado

Exercícios físicos e Covid-19: estudo de SC indica melhora dos sintomas de sequelas

Foto: Divulgação/ Fapesc

Publicado em 22/06/2021

Mesmo recuperada da covid-19, Janice Daniel Dal Toe, 59 anos, sentia as sequelas da doença: forte falta de ar, cansaço e dor de cabeça. Em novembro do ano passado, ela começou a participar de um programa de reabilitação realizado por meio de exercícios físicos. “Quando iniciaram as atividades, queria até desistir porque não tinha força”', conta. “Mas a cada dia que fazia os exercícios ia melhorando. Graças a essa reabilitação posso dizer que estou curada, não tenho sequelas”. 

Janice e o marido Idoclecio Biff  Dal Toe, 62 anos, moradores de Morro Grande, tiveram covid-19 em agosto e, em novembro, ainda sentiam as sequelas da doença. Então se inscreveram para participar de um programa de reabilitação, o “RE2SCUE: REabilitação REspiratória em Sobreviventes da COVID-19”. O projeto de pesquisa conta com financiamento do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com bolsas de estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

O estudo, que completou a fase piloto em fevereiro com a reabilitação de 10 pacientes, é liderado pelo pesquisador Aderbal Silva Aguiar Junior, professor do Departamento de Ciências da Saúde do Centro Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Observamos uma melhora de 90% nos sintomas de fadiga, dispneia, nas dores e na ansiedade dos pacientes, principais sequelas da doença. Também aumentou a capacidade funcional deles, importante para o dia a dia e retorno ao trabalho”, explica Aguiar Júnior.

O projeto usa exercícios físicos como forma de tratamento. Devido aos possíveis riscos, pois se desconhecia o impacto do exercício nestes pacientes, o projeto foi realizado em ambiente hospitalar, no Hospital Regional de Araranguá (HRA), gerenciado pelo Instituto Maria Schmitt (IMAS). Caso necessário, o local conta todo o background para tratar uma emergência. “É importante destacar que não houve nenhuma intercorrência, ou seja, nenhum paciente precisou de suporte de emergência, de suporte de oxigênio. Isso mostrou que o programa é muito seguro”, destaca Aguiar Junior.  

Primeiro, os pacientes selecionados passaram por uma análise. Entre suas sequelas estavam fadiga física e mental, falta de ar (dispneia), falta de memória, dor muscular, dor articular, sintomas de ansiedade e depressão, limitação da funcionalidade, diminuição na força muscular periférica e limitação da capacidade de exercício. Em seguida, iniciaram oito semanas fazendo os exercícios.

Antes de participar do programa, Janice sentia-se cansada apenas em subir alguns degraus da escada ou mesmo fazer uma curta caminhada. A cada dia que participava via progresso. “Sempre fui uma pessoa muito sedentária e percebi o quanto é necessário movimentar o corpo e exercitar para voltar a ter força. E foi o que aconteceu. Minha dor de cabeça passou, a pressão normalizou e o cansaço não tem mais nada. A força voltou todinha. Sou muito agradecida a este grupo”.

Participam da pesquisa também a Universidade do Extremo Sul Catarinense(UNESC) e Universidade do Sul Catarinense (UNISUL).

Da redação

Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!
Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!