00:00
21° | Nublado

Covid-19 em SC: nova matriz de risco mostra melhora em cinco regiões catarinenses

Mapa atualizado nesta sexta Imagens: Divulgação / SES

Publicado em 02/10/2020

A Matriz de Risco Potencial atualizada nesta sexta-feira, 02, pela Secretaria de Estado da Saúde, aponta que cinco regiões de Santa Catarina estão em risco Alto e outras 11 em estado Grave. Essa é a melhor condição do estado em relação ao risco de contaminação pelo novo coronavírus desde junho.

Em relação aos dados da semana passada, houve melhora em cinco regiões do estado: Serra catarinense, Oeste, Xanxerê, Médio Vale do Itajaí e Foz do Itajaí deixaram a classificação Grave (cor Laranja) e passaram para o risco Alto (cor amarela) O Extremo Oeste, até então a única região com o risco alto,  foi reclassificada para o risco Grave. As demais regiões permanecem na mesma condição de risco Grave, de acordo com a nova matriz. Em junho, Santa Catarina chegou a ter 12 regiões de saúde no patamar gravíssimo.

“Santa Catarina avança a cada semana no enfrentamento à pandemia e por isso hoje não temos nenhuma região em risco gravíssimo para a doença. Isso é resultado do empenho da população, que seguiu as normas sanitárias e de prevenção, dos municípios e do Governo do Estado, que atuou no momento certo. Nossa prioridade sempre foi garantir o atendimento aos pacientes em todas as regiões e por isso ampliamos os leitos de UTI. Nosso trabalho pela saúde dos catarinenses não para”, reforça o governador Carlos Moisés.

A Avaliação do Risco Potencial passou por atualização diante do novo momento da pandemia, propondo um foco maior na atenção primária.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, a nova matriz foi aperfeiçoada no sentido de trazer maior sensibilidade diante de cenários de melhora ou de piora. “O Estado de Santa Catarina tem o melhor enfrentamento à pandemia do país. Isso traz segurança para as pessoas. Estamos trabalhando diante de um novo momento do enfrentamento, que é a necessidade de identificação rápida e qualidade no diagnóstico, monitoramento e rastreabilidade de contatos”, afirma.

“Com isso atuaremos com segurança nos surtos que podem acontecer para reduzir ou evitar o impacto de uma segunda onda, que já vem atingindo outros países e estados”, acrescenta.

A matriz de risco potencial das regiões foi atualizada durante a semana no site www.coronavirus.sc.gov.br e os dados foram divulgados preliminarmente aos municípios catarinenses. A portaria 658 permite o retorno gradual de diversas atividades apenas nas regiões com o risco Alto e Moderado.

 

Nova matriz de risco

A Avaliação do Risco Potencial de cada Região de Santa Catarina passará por uma atualização na forma de mapeamento a partir desta sexta-feira, 2. A Matriz avaliará minuciosamente índices de transmissibilidade, monitoramento, dimensões, mortalidade e capacidade de atenção nas 16 Regiões de Saúde do Estado. A mudança na análise dos indicadores propõe um foco maior na atenção primária, tendo em vista a mudança do momento da Covid-19 em Santa Catarina.

“Compreendemos que o momento é outro. O gerenciamento tira um pouco o foco da ampliação da estrutura hospitalar catarinense, que já aumentamos consideravelmente, e passa a levar em conta o diagnóstico rápido, o monitoramento e o rastreamento dos contatos”, resume o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.

A nova Matriz é construída com o intuito de refletir um retrato mais coerente com o atual momento do contágio, privilegiando uma avaliação detalhada e objetivando prevenir novos surtos em potencial. “Não é mais possível olharmos apenas para a Covid-19, pensando em nível estadual. É necessário compreendermos realidades regionais”, afirma.

A especialista em Epidemiologia do Centro de Operações de Emergência em Saúde, Maria Cristina Willemann, reforça que alguns indicadores que constavam na matriz de risco potencial regional não estarão mais presentes na atualização da avaliação. Isso porque o monitoramento das regiões projeta deixar a transmissão sustentada para a fase de recuperação.

“Um dos parâmetros de avaliação da intensidade de fluxos, por exemplo, que media o papel das grandes cidades na sustentação da transmissão deixa de ser avaliada. A taxa de afastamentos de profissionais de saúde não será mais considerada, pois é possível que haja uma imunidade coletiva neste recorte populacional e o risco de colapso no sistema hospitalar passa a ser muito menor”, explica Maria Cristina. A epidemiologista ainda acredita que as medidas adotadas para essa atualização são as mais adequadas para o momento.

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Raquel Ribeiro Bittencourt, “esse é um trabalho inédito em termos de Vigilância em Saúde e um trabalho integrado envolvendo a atenção primária”. E destaca que a estratégia vai promover excelentes resultados no cercamento e no monitoramento dos casos para evitar possíveis novos surtos.

Confira o que muda na Matriz de Risco Potencial

Com a atualização da ferramenta de Risco Potencial, o mapeamento da situação nas 16 Regiões de Saúde do Estado passa a considerar de forma mais analítica os seguintes índices:

Dimensão Evento Sentinela: considera a mortalidade por Covid-19 como um sinal de alerta que aponta tanto o agravamento da situação, quanto a possibilidade de ocorrência de grande número de casos não identificados pelo sistema de saúde. Utiliza dados de informação de óbitos recebidos e computados no sistema de informação BoaVista. Os parâmetros considerados provêm da análise da mortalidade por Covid-19 ocorrida no estado de Santa Catarina durante o ano de 2020. Este indicador é combinado com o Rt (indica como a epidemia está evoluindo na região) e sua estabilidade interpretada segundo orientação da OMS.

Dimensão Transmissibilidade: combina informação sobre a quantidade de casos ativos em relação à população, combinada com a variação entre o número registrado na semana de avaliação comparada à anterior.

Dimensão Monitoramento: aponta a capacidade de rastreamento dos casos e contatos, medida por meio das notificações de casos positivos e negativos; e a capacidade de realização de vigilância ativa da Covid-19, medida por meio da qualidade do inquérito realizado na comunidade pela atenção primária em saúde e que busca estimar a taxa de pessoas com sintomas gripais.

Dimensão Capacidade de Atenção: como já visto durante o manejo da pandemia, a disponibilidade de leitos hospitalares de terapia intensiva é extremamente necessária para o manejo de casos graves, sendo que o risco da região aumenta à medida que sua ocupação também aumenta. É esperado que leitos de UTI estejam boa parte do tempo ocupados, sendo por atenção aos casos de SRAG ou outros eventos. Por este motivo, a dimensão somente será avaliada quando esta taxa supere 60%. A avaliação também ocorrerá a partir do município de residência dos internados, no entanto, a equipe da SES ainda trabalha para disponibilizar essa informação. Até ela esteja disponível a avaliação considerará internação por ocorrência.

Da redação