Às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Fumo, Dive alerta para os riscos à saúde dos fumantes passivos
O tabagismo passivo mata cerca de 600 mil não fumantes todos os anos no mundo, dos quais 165 mil são crianças menores de 5 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera a epidemia de tabagismo a maior ameaça à saúde pública atualmente. Neste ano, a OMS lançou a campanha “Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento”, que está sendo reforçada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto.
Segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Dive), Eduardo Macário, a fumaça de cigarros, charutos e cachimbos contém as mesmas substâncias tóxicas e cancerígenas que o fumante inala e pode causar, em não fumantes, doenças graves como câncer e infarto. “Mesmo quando o ato de fumar se dá ao ar livre, uma pessoa próxima ao fumante pode inalar até 50 vezes mais materiais tóxicos do que inalaria em um ambiente externo não poluído”, explica Macário.
Uma pesquisa realizada em 2016, pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), apontou que, em Florianópolis, entre as pessoas com 18 anos ou mais, 7,9% estavam expostas à fumaça do tabaco no domicílio e 6,8% no local onde trabalham. O levantamento verificou, ainda, que o percentual médio de adultos fumantes era de 10,1%, sendo 11,8% entre os homens e 8,6% entre as mulheres.
O impacto do tabagismo sobre a mortalidade e a qualidade de vida no Brasil é diretamente responsável pela perda, a cada ano, de 4.203.389 anos de vida, além disso é responsável por 12,6 % de todas as mortes que ocorrem no país em pessoas maiores de 35 anos. “Considerando esses dados, 156.216 mortes por ano poderiam ser evitadas”, alerta Gladis Helena da Silva, gerente de Vigilância de Agravos da Dive. As principais doenças provocadas pelo tabagismo são câncer, doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica.
O tabagismo também gera custos médicos diretos de R$ 39,4 bilhões por ano, o equivalente a 8% de todo o gasto com saúde, e R$ 17,5 bilhões em custos indiretos decorrentes da perda de produtividade devida à morte prematura e incapacidade, de acordo com a Nota Técnica “Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento” do INCA/Ministério da Saúde.
Tratamento gratuito
Em Santa Catarina, 256 municípios implantaram o Programa de Controle do Tabagismo e oferecem tratamento gratuito na rede pública de saúde para quem estiver interessado em parar de fumar. Em 2016, das 8.194 pessoas atendidas, 6.121 pararam de fumar ao final do primeiro mês de tratamento. A Vigilância Epidemiológica Estadual disponibiliza em seu site – http://www.dive.sc.gov.br/mapa-tabagismo – a relação completa das unidades de saúde que oferecem o tratamento em Santa Catarina.
Da Redação