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Agricultura urbana: Programa incentiva práticas para produção agroecológica na Capital

Prefeitura de Florianópolis publicou decreto instituindo o Cultiva Floripa (Foto: Divulgação/PMF)

Publicado em 22/07/2020

Ampliar, fortalecer e consolidar as diversas formas de fazer agricultura nas cidades, expandir o número de hortas urbanas em espaços de áreas verdes de lazer e intensificar o acesso da população a alimentos saudáveis e sem agrotóxicos. Esses são alguns dos objetivos principais do Cultiva Floripa, programa criado pela Prefeitura de Florianópolis em decreto no dia 8 de julho, por meio do Programa Municipal de Agricultura Urbana (PMAU). 

O programa realiza e incentiva em Florianópolis as melhores práticas para produção agroecológica de plantas alimentícias e medicinais, valorização de resíduos orgânicos, segurança alimentar e nutricional e integração social. O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, ressaltou a importância do investimento nas práticas sustentáveis no município. "Seguimos incentivando e dando visibilidade à agricultura urbana em Florianópolis. Além de promover a saúde e preservação do meio ambiente, muitas dessas ações são importantes porque reduzem gastos públicos do município', disse.

Compostagem

O município de Florianópolis já adota conceito inovador e sustentável para a gestão dos resíduos sólidos orgânicos. A compostagem e a vermicompostagem são importantes mecanismos para diminuir a quantidade de resíduo orgânico destinado ao aterro sanitário. Hoje, de todos os resíduos domiciliares recolhidos pelos caminhões da Comcap, 35% são orgânicos (24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas, restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública). Ou seja, aproximadamente 70 mil toneladas de resíduos orgânicos que, se separados na fonte geradora, poderiam ser desviadas do aterro sanitário a cada ano.

Em 2019, foram processadas 1,4 mil toneladas de restos de alimentos no Centro de Valorização de Resíduos (CVR) da Comcap no Itacorubi, em parceria com A Associação Orgânica, e trituradas 2,6 mil toneladas de podas. Isso representa mais de R$ 1 milhão entre a economia nos gastos do município com aterro sanitário e o valor social gerado com a produção de cepilho e composto. 

No Parque Ecológico do Córrego Grande, o serviço conhecido como Família Casca é uma das ações vinculadas ao PMAU. Criado a partir de uma iniciativa de extensão da UFSC, e hoje coordenado pela Floram, o serviço oferece uma estrutura para recebimento e tratamento de resíduos orgânicos, onde os moradores participam levando ao ponto de entrega voluntária seus resíduos orgânicos e recebendo em troca composto para o cultivo em suas residências Além disso, o diferencial do Família Casca é ser uma unidade educativa onde a Floram, através do departamento de educação ambiental, realiza ações de sensibilização com a comunidade, escolas e grupos interessados.

Fernando Reichert, morador da capital e contribuinte do Família Casca, conta que o projeto é imprescindível. "A experiência só me trouxe benefícios, além de não colocar pesos desnecessários nos sacos de lixos comuns, tenho a satisfação de contribuir com a reciclagem. Estamos todos de parabéns em realizar algo cada vez mais necessário', conta.

Hortas

O composto orgânico produzido no pátio de compostagem da Comcap é utilizado na manutenção e construção das hortas comunitárias e institucionais, proporcionando o retorno de nutrientes essenciais ao solo e contribuindo para uma cidade mais sustentável. Essas atividades ocorrem com o apoio de demais órgãos municipais, como a Secretaria da Saúde, Secretaria de Educação e Secretaria de Assistência Social, por exemplo.
 
Desde 2017, quando foi implantado o PMAU no município, foram criadas hortas em 60% das Unidades Básicas de Saúde, e implantadas aproximadamente 100 hortas comunitárias e escolares. 

Diretor de Pesca, Maricultura e Agricultura de Florianópolis, Hazael Batista explica a importância dessas atividades para a comunidade. "As hortas construídas nas escolas públicas municipais são fundamentais para contribuir com a educação ambiental na cidade, uma vez que o envolvimento dos alunos, pais e servidores da educação proporciona às crianças e adolescentes atitudes e hábitos alimentares sadios assim como o saber para preservar o meio ambiente de forma sustentável", esclarece.

Feiras de Orgânicos

O Cultiva Floripa também tem o objetivo de apoiar a comercialização de produtos orgânicos derivados da agricultura urbana de base agroecológica em diversos pontos da cidade, através de realização de feiras livres orgânicas e convencionais. Hoje, diversas feiras orgânicas ocorrem no município, uma delas acontece no centro da cidade. A feira de orgânicos “VIVA a CIDADE”, bem ao lado do TICEN.

A gestão do programa é compartilhada e envolve a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Municipal de Educação, a Comcap e a Superintendência de Pesca, Agricultura e Maricultura de Florianópolis, com apoio de demais órgãos municipais.

Da redação