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A conscientização sobre a artrite reumatoide, doença que afeta as articulações

Ela afeta principalmente as articulações das mãos e punhos, pés e tornozelos, joelhos, cotovelos e ombros, causando dor, inchaço, rigidez e redução da função das articulações (Foto: Reprodução)

Publicado em 18/10/2018

O último dia 12 de outubro foi marcado pela luta contra a artrite reumatoide, quando a Sociedade Brasileira de Reumatologia e suas Regionais – como a Sociedade Catarinense de Reumatologia – alertam para a importância da doença, de seu diagnóstico precoce e tratamento adequado. A artrite reumatoide (AR) é uma doença crônica que afeta principalmente as articulações das mãos e punhos, pés e tornozelos, joelhos, cotovelos e ombros, causando dor, inchaço, rigidez e redução da função das articulações. Quando não tratada adequadamente e a tempo, pode levar a consequências desastrosas, como perda da capacidade para o trabalho e dificuldades em realizar até as tarefas cotidianas mais simples, como alimentar-se, vestir-se e tomar banho.

A AR é uma doença do sistema imunológico, dita autoimune, na qual o organismo “ataca” os seus próprios constituintes, levando a inflamação crônica e destruição dos tecidos articulares e dos ossos próximos às mesmas, causando deformidades irreversíveis. As causas ainda não estão bem esclarecidas, porém a predisposição genética já foi identificada como tendo um papel importante. Também já se conhecem fatores ambientais que podem implicar no seu desenvolvimento, como o tabagismo e a presença de doença periodontal (gengivite por tártaro), com infecção bacteriana crônica.

Além de afetar as articulações, a AR pode também causar outras manifestações, como inflamação e fibrose pulmonar e inflamação cardíaca. Os pacientes também enfrentam maior risco de ter problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, devido a inflamação crônica e aterosclerose (entupimento de vasos sanguíneos por placas de gordura).

A AR é uma condição frequente: acomete cerca de 0,5% da população geral no Brasil, ocorrendo duas vezes mais em mulheres do que em homens e com início mais comum em pessoas entre 30 e 40 anos. O tratamento atual conta com muitos avanços, principalmente os medicamentos imunobiológicos, sendo possível evitar a progressão da doença e as suas sequelas. O médico reumatologista é o clínico do aparelho locomotor e da coluna vertebral e deve ser consultado sem demora pelos pacientes com dores articulares, para que os sintomas sejam corretamente interpretados e o tratamento instituído, mantendo a capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes.

Por Adriana Fontes Zimmermann - Médica reumatologista, Florianópolis (CRM SC 4120), vice-presidente da Sociedade Catarinense de Reumatologia - SCR.

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