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Varíola dos macacos: o que você precisa saber - Parte 3
Doença já afeta os brasileiros

O segundo período de manifestações clínicas da doença caracteriza-se pelo surgimento de erupções na pele (Foto: Reprodução/Internet) **Clique para ampliar

Publicado em 26/08/2022

Na últimas semanas, esclareço aqui na coluna sobre a varíola dos macacos (monkeypox), doença que já afeta muitos brasileiros.

Conheça agora as manifestações clínicas da doença:

A transmissão da doença se dá, principalmente, através do contato com a pele de uma pessoa contaminada. A transmissão pelas vias aéreas é mais difícil, ao contrário da Covid-19. Por isso, o uso de máscaras não é eficaz para evitar a transmissão da monkeypox.

Após um período de incubação que costuma durar em média de 6 a 13 dias, começam a aparecer os sintomas e sinais. É quando a doença costuma manifestar-se com dois períodos clínicos distintos.

O primeiro período, que costuma durar em média de 0 a 5 dias, é caracterizado pela presença de sintomas gerais inespecíficos: febre, fadiga, astenia, mialgia, cefaleia, dor nas costas e aparecimento de gânglios pelo corpo.

De um a três dias depois com febre, começa o segundo período de manifestações clínicas, que caracteriza-se pelo surgimento de erupções na pele, as quais podem evoluir para diferentes tipos:

- Máculas (manchas planas na pele);

- Pápulas (lesões elevadas na pele);

- Lesões bolhosas, as quais podem ser muito dolorosas, algumas vezes chegando a necessitar de internação para fazer analgesia. Essas lesões podem romper-se ou transformar-se em pústulas (bolhas amareladas com pus) e depois que estouram, evoluindo para as crostas (lesões com cascas), todas infectantes.

Essas lesões na pele costumam permanecer por cerca de 2 a 4 semanas, acometem a face, palmas das mãos e plantas dos pés, córnea (podendo levar à cegueira), regiões genitais (pelo menos 30% dos casos), incluindo pele e mucosas do ânus e boca. Durante todo o tempo em que permanecem as lesões, o paciente pode infectar outras pessoas. O número de lesões no corpo pode variar entre poucas até milhares, podendo coalescer, ocasionando perdas de pele em grandes áreas do corpo.

O quadro clínico pode ser semelhante a muitos outros quadros infecciosos e há necessidade de se fazer um diagnóstico diferencial. Por este motivo, muitas vezes a doença pode passar despercebida, portanto, sendo subdiagnosticada e subnotificada.

É muito importante que os agentes de saúde da comunidade fiquem atentos para os casos de aparecimento de lesões bolhosas, pustulosas ou com crostas. Na dúvida, um indivíduo deve permanecer isolado e não compartilhar os seus pertences enquanto possuir lesões na pele, mesmo na fase de crostas e, sempre que possível, o teste confirmatório deve ser realizado para o diagnóstico.

Referência bibliográfica: cartilha conjunta da Sociedade Brasileira de Urologia e da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre a nova epidemia de monkeypox

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Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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