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Varíola dos macacos: o que você precisa saber
Brasileiros começaram a ser afetados pela doença

A doença foi identificada inicialmente em primatas não humanos, sendo causada por vírus da mesma família da varíola (Foto: Reprodução/Shutterstock/Tatiana Buzmakova) **Clique na imagem para ampliar

Publicado em 05/08/2022

Foi documentada a ocorrência atual de milhares de casos humanos de infecção pelo vírus Monkeypox, ou, Varíola dos macacos, em cerca de 80 países em todos os continentes. O aumento é crescente e exponencial no número de casos que não foram importados e cujas lesões se apresentam frequentemente na região ano-genital.

A Organização Mundial de Saúde reconheceu monkeypox como uma doença de emergência de saúde pública internacional no último dia 23 de julho de 2022, e apela a todos os países que auxiliem na detecção e no bloqueio da cadeia de transmissão dessa doença.

A doença, que foi identificada inicialmente em primatas não humanos, é causada pelo vírus Monkeypox, da mesma família da varíola, a qual teve seu último caso registrado no mundo em 1977. A varíola, muito mais transmissível e grave do que a monkeypox, levou à morte pelo menos 30% das pessoas acometidas ao longo dos anos. Hoje, sabe-se que os indivíduos que foram imunizados contra a varíola têm proteção contra essa infecção em mais de 80% dos casos, podendo não desenvolver ou desenvolver formas mais leves de monkeypox.

A varíola dos macacos foi detectada em humanos inicialmente nos anos 70 e esteve por muito tempo restrita a pessoas que habitavam as selvas da África, tratando-se de uma zoonose, doença animal com transmissão para humanos. Além dos primatas, outros animais podem ser afetados, incluindo roedores e outras espécies. Nesses casos, a transmissão se dá pelo contato com animais doentes, seja por feridas, secreções ou mesmo ingestão de carnes e produtos mal-cozidos.

O que está diferente de outros surtos é o fato da ocorrência acelerada e simultânea de casos em várias localidades e países do mundo, configurando o cenário de uma epidemia, e aparente eleição de comunidades de maior risco. Um dos fatores envolvidos na disseminação poderia ser a ausência do efeito protetor da antiga vacina da varíola, pois quem tem hoje menos de 50 anos de idade, não foi vacinado.

O vírus Monkeypox é um vírus de DNA de fita dupla envelopado e, geralmente, é transmitido por contato próximo. Possui duas cepas principais: a da África Central, mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África ocidental, que tem uma taxa de mortalidade em torno de 1%. No geral, a letalidade é em torno de 3% a 6%, sendo mais grave em crianças e pessoas com alguma deficiência imunológica.

Referência bibliográfica: cartilha conjunta da Sociedade Brasileira de Urologia e da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre a nova epidemia de monkeypox

 

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Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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