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Entenda os principais riscos da automedicação
Especialista reforça os riscos do consumo de remédios sem orientação médica

O costume de se automedicar, comum entre os brasileiros, esconde riscos sérios à saúde e pode agravar doenças silenciosamente. (Foto: Divulgação)

Publicado em 09/05/2025

Embora muitas vezes tratada com naturalidade, a prática de tomar medicamentos por conta própria ainda preocupa médicos e autoridades de saúde em todo o Brasil. A automedicação pode causar sérias complicações, desde reações adversas até o agravamento de doenças não diagnosticadas corretamente. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma em cada dez internações hospitalares no Brasil está relacionada a reações provocadas por medicamentos, muitas vezes utilizados sem prescrição ou orientação profissional. Antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e até xaropes para tosse estão entre os mais consumidos de forma indiscriminada.

A otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL CCF), Dra. Roberta Pilla, explica que esse comportamento pode ser perigoso. “É comum vermos pacientes que tomam medicamentos por conta própria achando que estão tratando uma doença, quando na verdade estão mascarando sintomas mais sérios, o que atrasa, muitas vezes, alguns diagnósticos. E isso pode fazer interferências em medicações e causar reações alérgicas de hipersensibilidade e intoxicação. Um outro exemplo deste risco é o uso indevido de antibióticos que pode ocasionar o desenvolvimento de bactérias resistentes, piorando o quadro do paciente ", explica a especialista.

Essa tendência de evitar a consulta médica e recorrer a medicamentos por conta própria foi evidenciada em uma pesquisa realizada entre agosto e setembro de 2024 pela Vital Strategies e pela Umane, com apoio técnico da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e colaboração do Instituto Devive e da organização Resolve to Save Lives. O estudo mostrou que 62% dos brasileiros que precisaram de atendimento médico na atenção primária no último ano não buscaram o serviço, sendo que 35,1% deles relataram ter se automedicado.

“De maneira geral, a desinformação da população pode acarretar na piora de muitas doenças e, até mesmo, na cronicidade delas, o que pode ser evitado se eliminarmos a cultura da automedicação. Isso é possível por meio da informação correta propagada não apenas por nós profissionais de saúde, como por educadores, imprensa, entre outros”, defende Dra Roberta.

Nesse sentido, a especialista  reforça  que a principal forma de prevenção é a informação. “Antes de tomar qualquer medicamento, é fundamental procurar um profissional de saúde. A prática do ‘remedinho conhecido' ou a indicação de amigos e parentes, ou na farmácia  pode parecer inofensiva, mas traz riscos reais”, enfatiza a médica .

Assim, é fundamental entender que a automedicação é um risco real. Além de comprometer a saúde individual, ela pressiona o sistema de saúde com internações evitáveis. Por isso, buscar orientação profissional é essencial para proteger toda a sociedade. 

 

 

 

Da redação

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