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Endometriose silenciada adia diagnóstico
Falta de preparo médico e normalização da dor menstrual atrasam o tratamento e aumentam o sofrimento de pacientes

Endometriose silenciada adia diagnóstico
A endometriose atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, mas ainda demora anos para ser diagnosticada. (Foto: Adobe Stock)

Publicado em 27/07/2025

Cólicas menstruais fortes, dor pélvica persistente e dificuldades para engravidar são alguns dos sinais de alerta para a endometriose, doença inflamatória que atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar do alto índice de casos, a condição ainda é desconhecida por grande parte da população feminina, que sofre em silêncio ao suportar dores que comprometem a qualidade de vida, o trabalho e os relacionamentos.  

Segundo o médico Luiz Fernando Pina, ginecologista especialista em reprodução humana e endometriose, a doença ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio, que reveste o útero, cresce fora da cavidade uterina. “Ela pode atingir órgãos como ovários, trompas, intestino e bexiga e causar complicações mais sérias, além de ser uma causa comum de infertilidade”, alerta.

Entre os principais sinais da endometriose estão cólicas menstruais intensas que impedem de realizar atividades rotineiras, dor durante a relação sexual, dor para evacuar ou urinar, menstruação irregular e dificuldade para engravidar. “Esses sinais não podem ser ignorados. Quando há suspeita de endometriose, o ideal é procurar um ginecologista especializado e investigar com exames de imagem” explica.

Por que é difícil de diagnosticar?

A doença muitas vezes demora anos para ser diagnosticada, tirando a qualidade de vida e até os sonhos de famílias. Pina elencou os principais fatores que dificultam o diagnóstico. Conheça:

1) Os sinais são normalizados
A dor menstrual intensa, principal sintoma, ainda é vista como “normal” por muitas mulheres e até por parte dos profissionais de saúde. Com isso, as queixas são minimizadas, às vezes não chegam nem a ser relatadas ao médico e por isso a investigação atrasa.

2) Sintomas inespecíficos
A endometriose pode causar dores que se confundem com outras doenças ginecológicas, intestinais ou urinárias. É comum a paciente passar por diversos especialistas até que se considere a hipótese de endometriose.

3) Ausência de sintomas
Nem toda mulher com endometriose sente dor forte. Algumas só descobrem a doença quando enfrentam dificuldades para engravidar e isso prolonga ainda mais o tempo até o diagnóstico.

4) Falta de exames específicos e profissionais especializados
Não existe um exame de sangue que detecte a endometriose. O diagnóstico depende de uma análise clínica minuciosa e exames de imagem especializados, o que nem sempre é solicitado. Isso acontece por profissionais não estarem preparados para investigar detalhadamente a doença, por isso, em caso de suspeita, o recomendado é procurar diretamente por especialistas no assunto, evitando o atraso no diagnóstico e, principalmente, no tratamento (que muitas vezes é cirúrgico).

 

 

 

Da redação

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