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Futuro do naturismo na Galheta pode mudar
Audiência pública debate segurança e preservação da praia

Naturismo na Galheta pode passar por mudanças legislativas. (Foto: Divulgação)

Publicado em 23/03/2025

O destino da praia da Galheta e a prática do naturismo no local foram discutidos em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), realizada na quinta-feira (20). A reunião foi proposta pelo deputado Alex Brasil (PL) e contou com a participação de moradores, frequentadores e representantes da Associação Amigos da Galheta (AGAL), que reivindicaram melhorias na segurança e fiscalização da área.

Recursos da Praia Mole para a Galheta

Uma das sugestões apresentadas no encontro partiu do procurador da República, Walmor Alves Moreira. Ele propôs que parte dos valores obtidos por meio da indenização imposta pela Justiça Federal aos bares removidos da praia Mole fosse destinada à segurança e preservação ambiental da Galheta. O juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara Federal de Florianópolis, determinou que cada estabelecimento pagasse R$ 100 mil por danos ao patrimônio da União e aos interesses difusos. Segundo a sentença, os recursos devem ser empregados em obras ambientais na região.

Para Moreira, esse montante poderia ser utilizado para equipar as forças de segurança e órgãos ambientais, proporcionando câmeras de monitoramento, veículos e postos de vigilância. O procurador argumentou que a Galheta e a Mole fazem parte do mesmo ecossistema e, por isso, poderiam se beneficiar conjuntamente desses investimentos. Ele destacou que o reforço na segurança ajudaria a combater problemas recorrentes no local, como tráfico de drogas, importunação sexual e episódios de violência.

Problemas de Segurança e Mudanças na Legislação

O deputado Alex Brasil alertou para o impacto da falta de segurança na Galheta, afirmando que até mesmo frequentadores assíduos do naturismo evitam a praia devido a atividades ilícitas registradas na região. Um relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública de Florianópolis apontou a ocorrência de tráfico e uso de drogas, além de práticas sexuais ao ar livre. Moradores e comerciantes também contribuíram com informações, criando um mapeamento dos pontos onde essas situações ocorrem.

O naturismo na Galheta é uma tradição desde a década de 1980 e foi legalmente reconhecido em 1997. No entanto, em 2016, a Lei Municipal nº 10.100/2016 revogou essa permissão e transformou a área em uma Unidade de Conservação (UC). Desde então, segundo relatos da AGAL, houve um aumento significativo de crimes, incluindo assédio, furtos, roubos e degradação ambiental.

A vice-prefeita de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), demonstrou preocupação com o estado da praia, mencionando a presença de lixo, trilhas danificadas e abrigos improvisados. O vereador Leonel Camasão (PSOL) também chamou atenção para episódios de preconceito na Galheta, citando pichações homofóbicas encontradas no local. Ele ressaltou que práticas sexuais em espaços públicos não são exclusivas da Galheta e ocorrem em outros pontos da cidade, como o Parque da Luz e o manguezal do Itacorubi.

Possível Projeto de Lei para a Galheta

No encerramento da audiência, o deputado Alex Brasil anunciou que está elaborando um projeto de lei para regulamentar a situação da Galheta. Ele afirmou que, caso necessário, poderá haver um período de suspensão do naturismo no local, com a possibilidade de reavaliação futura. A proposta ainda será debatida com as partes interessadas antes de ser encaminhada para votação

 

 

 

Da redação

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