Exposição mergulha na alma dos povos indígenas
Através de imagens em 3x4, o fotógrafo Radilson Gomes reconstrói memórias e mostra a diversidade dos povos originários em diálogo com arte e resistência

A exposição "Yurupá Território", do fotógrafo Radilson Gomes, que propõe um mergulho sensível na ancestralidade, espiritualidade e luta dos povos Guarani, Kaingang e Xokleng, será aberta a partir das 11h do sábado, 12 de julho, no Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC), em Florianópolis. Na mesma data, às 11h e às 15h, haverá apresentação do coral de crianças e adolescentes Guaranis da aldeia Tekoá Yvá, vindos de Major Gercino, e pintura tribal, das 14h às 15h.
Radilson explica que a expressão Yvyrupá ou Yurupá (como se lê) é utilizada pelos Guaranis para designar uma espécie de estrutura que sustenta o mundo terrestre. “Seu significado evoca o modo de ocupação do território pelos Guarani, sempre de maneira livre, respeitosa e harmônica. Para o indígena, tradicionalmente o território é um só, não existe fronteira imaginária”, destaca.
Com curadoria visual de Lara Janning e mais de 40 fotografias no formato 3x4 captadas por Radilson com uma câmera fotográfica artesanal Lambe-Lambe de 1915, que foi restaurada, a mostra é um convite para que os visitantes possam decifrar o visível e o invisível, sugerindo que toda imagem guarda mistérios além da superfície. “A mostra também propõe reflexões profundas sobre o direito ao território e a assimetria que permeia as relações humanas”, destaca Radilson.
Para construir a coleção de registros, o fotógrafo que tem vasta experiência humanitária e documental, percorre as aldeias com sua lambe-lambe, traduzindo em retratos os rostos como mapas afetivos, revelando etnias, línguas e costumes com hidroquinona e hipossulfito de sódio.
Lara Janning, por sua vez, dialoga com os retratos dos indígenas através da epifania de camadas da encáustica, que é uma técnica de pintura que envolve camadas de cera e pigmentos, manifestando a complexidade da experiência humana.
“Yurupá Território” poderá ser visitada até 19 de julho. Com entrada gratuita, a visitação será de terça-feira a domingo, das 10h às 21h, no Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC), que fica no Centro Integrado de Cultura (CIC), localizado na Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, em Florianópolis/SC.
Oficina de fotografia lambe-lambe
Ao longo da exposição, Radilson vai oferecer a Oficina de Máquina Fotográfica Lambe-Lambe, técnica centenária que utiliza uma câmera de tripé para capturar retratos com luz e memória. A atividade gratuita e aberta ao público, será realizada no dia 16 de julho, às 11h e às 15h.
Da redação
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