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Dante Mendonça, o artista multimídia de Nova Trento
Novo livro une crônica, memória e homenagem ao contista mais enigmático da literatura brasileira

Dante Mendonça, o artista multimídia de Nova Trento
O jornalista e artista catarinense Dante Mendonça lança, nesta quarta (30), a obra “Vampiro de Curitiba – Um Retrato Falado”, dedicada ao contista Dalton Trevisan. (Foto: Divulgação)

Publicado em 29/07/2025

Radicado na Capital do Paraná desde os anos 1970, jornalista, escritor e artista plástico catarinense lança nesta quarta-feira (30) a obra “Vampiro de Curitiba – Um Retrato Falado”, sobre o maior contista da língua portuguesa, Dalton Trevisan, no Box 32 do Mercado Público, no happy hour promovido por Beto Barreiros de 16 às 20h.

Nosso personagem da semana nasceu no Hospital das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, ele chegou a conhecer a congregação da Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, em Nova Trento, no Vale do Tijucas, em 4 de março de 1951. Casado com a jornalista Maria Luiza (Maí) Nascimento Mendonça, é pai de Luiza e Pedro. Segundo amigos mais próximos, o neotrentino é um dos milagres de Santa Paulina – que sua mãe, Cremilda Tridapalli, chegou a conhecer no convento das irmãzinhas, em Nova Trento, e onde Dante também estudou.

Formado Mestre Agrícola no Colégio Agrícola de Camboriú – onde aos 16 anos foi contratado para desenhar e criar ilustrações botânicas e material didático -, saiu de lá aos 18 anos para servir ao Exército em Curitiba. Depois de colaborar como cartunista e ilustrador em vários jornais e revistas, largou o segundo ano do ensino médio para iniciar sua vida profissional nos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná. Trabalhou, posteriormente, na Gazeta do Povo, Voz do Paraná e Correio de Notícias, atuando como editor e diretor de arte de vários jornais ao longo de seus 50 anos de carreira em Curitiba.

Durante as décadas de 1970 e 80 esteve ligado ao teatro, no qual foi ator, cenógrafo e diretor premiado do Grupo de Teatro Margem, junto com Manoel Carlos Karam, escritor e teatrólogo de Rio do Sul. Na mesma época foi um dos primeiros funcionários da Fundação Cultural de Curitiba, onde era diretor de arte. Atuou, ainda, na televisão, fazendo um quadro diário de humor em telejornal. Em 1976 fundou a Banda Polaca, o maior bloco carnavalesco de Curitiba, e em 1981 presidiu a Comissão de Carnaval de Curitiba.

 

Com 15 livros publicados e reconhecimento da Academia Paranaense de Letras, Dante se reinventa agora como cronista visual da alma curitibana.

 

Como cartunista, entre diversas exposições individuais e coletivas, participou da mostra especial de cartunistas brasileiros e estrangeiros no Salão Carioca de Humor, no Rio de Janeiro; ganhou página no livro “O Paraná e a Caricatura”, de Newton Carneiro, e consta da “Enciclopédia Brasileira de Humor”.

Com o estertor dos jornais impressos, reinventou-se como cronista e escritor, tendo sido eleito por unanimidade para a Academia Paranaense de Letras. Segundo o jornalista Aroldo Murá, recentemente falecido, “Dante Mendonça não nega fogo: é escritor e jornalista por direito de conquista, caracterizado por jamais caitituar os poderosos ao derredor, qualidade rara no nosso universo de comunicadores. Dante não é penas um requintado conhecedor da alma humana, das firulas da vida no sul do País, um embebedado pela cultura popular, um tradutor, de forma especial, até das contradições e de momentos históricos da Curitiba que adotou a partir de 1970”.

Em 2010, com o desaparecimento dos principais jornais impressos de Curitiba, matriculou-se num atelier de arte em Paris, onde durante dois anos seguidos no mês de maio praticou aquarela pelas ruas parisienses. No dizer de Dante, “a crônica está para a literatura, assim como a aquarela está para a pintura”.

Desde então tem se dedicado à literatura, com 15 livros publicados, e ao exercício da aquarela, participando de exposições e encontros internacionais de aquarelistas, além das mostras individuais: “Primavera em Paris” (em 2024 na Aliança Francesa de Curitiba); “Como se perder em Veneza" (em 2025 no Solar do Rosário, Curitiba); e “Aquarelas da Serra Catarinense", em exposição na Vinícola Villa Francioni, em São Joaquim, até 19 de outubro.

Dante Mendonça é autor dos seguintes livros: Álbum de Figurinhas & Figurões (1989), coletânea de suas charges de primeira página; Botecário – Dicionário Internacional de Boteco (2001); Piadas de Sacanear Atleticano (Para Alegria de Coxa-Branca) e Piadas de Sacanear Coxa-Branca (Para Alegria de Atleticano) (2003); Piadas de Sacanear Vascaíno (Para Alegria de Flamenguista) e Piadas de Sacanear Flamenguista (Para Alegria de Vascaíno), com Luís Pimentel (2003); A Banda Polaca – Humor do Imigrante no Brasil Meridional (2004); Curitiba: Melhores Defeitos, Piores Qualidades (2009); Serra Abaixo, Serra Acima: o Paraná de Trás pra Frente (2010); Maria Batalhão – Memórias Póstumas de uma Cafetina (Romance, 2012); “O Diabo ataca no varejo” (Crônicas - 2014); “Diário da Quarentena” (Crônicas – 2022); “Cozinheiros da Quarentena - suas receitas e histórias” (Com Eduardo Sganzerla, 2020); “A Rua e a Bruma, a régua e o compasso” – Romance da revolução urbana de Curitiba (2022); “Como se perder em Veneza” – Aquarelas e anotações de viagem (Com Maria Luiza Nascimento Mendonça, 2024).

 

 

 

Da redação

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