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Saúde reforça valorização da vida no Setembro Amarelo

Com 616 suicídios já registrados em 2024, Santa Catarina reforça a necessidade de identificar sinais de alerta e cuidar da saúde mental. Setembro Amarelo chama a atenção para a prevenção e apoio. (Foto: ABP/CFM) ***CLIQUE PARA AMPLIAR IMAGEM

Publicado em 10/09/2024

A Secretaria de Estado da Saúde está engajada na campanha mundial do Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio. A campanha reforça que o conhecimento dos fatores de risco, identificação dos sinais de alerta e a busca por ajuda são fundamentais para a prevenção do suicídio, com foco nas crianças e adolescentes.

O Setembro Amarelo ocorre anualmente para conscientizar a população sobre a importância de prevenir sua ocorrência através, principalmente, do cuidado com a saúde mental. Com o lema “Se precisar, peça ajuda!, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é lembrado nesta terça-feira, 10. A campanha busca, ainda, promover a informação, desmistificar tabus e oferecer apoio a quem precisa.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) são registrados anualmente mais de 700 mil suicídios. No Brasil, a média dos registros dos últimos 5 anos ultrapassou 15 mil casos anuais, sendo que no ano de 2023 foram mais de 16 mil óbitos auto provocados, ou seja, 43 pessoas cometem suicídio por dia.

Em Santa Catarina, em 2023, foram registrados 962 suicídios, dos quais 76% (738) foram cometidos por pessoas do sexo masculino. Entre crianças e adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos, foram 41 óbitos. O maior número de casos ocorreu entre os 30 e 49 anos, somando 366 óbitos. Em 2024, até o dia 29 de agosto, os números já chegam a 616 casos, sendo 77% (475) entre indivíduos do sexo masculino. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

“Os números estão diminuindo em todo o mundo, mas os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Especialmente diante dos casos de ansiedade, depressão e outras condições relacionadas à saúde mental que têm sido exacerbadas por fatores como a pandemia, crises econômicas, e as pressões sociais”, destaca Aline Piaceski Arceno, gerente de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis, da Diretoria da Vigilância Epidemiológica (Diive) da SES.

Crianças e adolescentes preocupam

Mas não são só os adultos que cometem o suicídio. Cerca de mil crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos de idade tiram a própria vida no Brasil a cada ano, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. “A taxa entre jovens cresceu 6% ao ano no país entre 2011 e 2022. Já as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos aumentaram 29% a cada ano nesse mesmo período”, explica Monique Meneses, enfermeira da Dive.

Este ano, a SES está trabalhando com o tema “Eu não fazia ideia que…”, voltado para a conscientização sobre a saúde mental de crianças e adolescentes. Com foco em alertar os pais e responsáveis sobre os sinais de problemas emocionais, a iniciativa aborda questões como bullying, excesso de tempo em frente às telas e solidão.

Em Santa Catarina, a taxa de mortalidade por suicídio entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos mais que dobrou entre os anos de 2011 e 2022, indo de 2,3 para 5,2 óbitos a cada 100 mil crianças e adolescentes. Já a taxa de notificação das lesões autoprovocadas no estado, nesta mesma faixa etária, chegou a 204,3 casos a cada 100 mil crianças e adolescentes em 2022.

Não se pode negar que as lesões autoprovocadas – tentativa de suicídio e autoagressão – constituem um problema de extrema gravidade e urgência nesta faixa de idade. É fundamental que ações de prevenção e apoio sejam intensificadas não só durante o Setembro Amarelo, para conscientizar a população e oferecer suporte adequado aos jovens.

Prevenção

Reconhecer sinais de sofrimento psíquico é parte do processo de cuidado. Porém, nem todas as pessoas apresentam comportamentos indicativos, de modo que alguns sinais são percebidos apenas após a tentativa ou o suicídio consumado. Alguns sinais podem despertar a atenção da família e de amigos, tais como isolamento, abuso de álcool e outras drogas, mudanças bruscas de humor, diminuição do autocuidado e até automutilação.

“Precisamos conscientizar as pessoas, esclarecer e abrir espaço para falar sobre suicídio. É preciso deixar que as pessoas falem sobre o sofrimento, e isso, pode trazer alívio e conforto. As pessoas próximas podem perceber sinais e ajudar na prevenção. Lembrando que também é necessário procurar ajuda especializada para acolher e encaminhar para o tratamento adequado”, ressalta Aline.

A porta de entrada para o acolhimento é sempre a Unidade Básica de Saúde (UBS). O serviço público de saúde mental em Santa Catarina conta com 114 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), distribuídos entre diversos municípios e diferentes modalidades. Nesses serviços são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo aquelas que apresentam distúrbio psiquiátrico, pensamento suicida e histórico de tentativa de suicídio.

Onde buscar Ajuda
• UBS
• CAPS
• UPA 24 horas
• SAMU 192
• Pronto Socorro
• Hospitais
• Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, por telefone 188, e-mail ou chat pelo site da instituição (www.cvv.org.br).

 

 

Da redação

Fonte: Secom

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