Pets: cuidados durante a quarentena
Donos de animais de estimação passaram a ficar mais tempo em casa com eles, devido às medidas de isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus. Muitos devem ter se perguntado sobre quais cuidados precisam ser tomados neste período, afinal, podem sair de casa com os cães para que eles façam as necessidades? Se estiver com sintomas do Covid-19, correm o risco de passar para os pets?
“O ideal é que o cão respeite o período de isolamento com o dono, já que a convivência entre as pessoas e seus animais costuma ser muito intensa. Muitos sobem no sofá, na cama e não sabemos até que ponto o vírus sobrevive no pelo ou na pata do animal. Só vale se afastar deles se o dono apresentar algum sintoma. Bichos são ótimas companhias e podem ajudar nesse período de isolamento, aplacando a solidão”, afirma a veterinária Teresa Gioia.
Cerca de 44% dos domicílios brasileiros têm cães, de acordo com dados do IBGE. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, não há evidências de que eles possam transmitir o vírus, porém, médicos veterinários reforçam a importância da higienização das mãos, principalmente, se precisar sair com os bichinhos por necessidade.
Em Santa Catarina, clínicas veterinárias de emergência estão na lista de serviços essenciais que estão abertos durante o período de isolamento. “Para comprar ração ou remédio, peça no delivery. Se tiver alguma dúvida em relação à saúde do seu animal, ligue primeiro para o veterinário”, diz Teresa.
Neste período, é importante também observar as reações, já que o isolamento pode estressar os bichinhos.
Eles e o vírus
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, é recomendável que pessoas com Covid-19 limitem o contato com animais até que mais informações sejam conhecidas, mas não há evidências de que eles possam transmitir o vírus. Há coronavírus que se desenvolve em gatos e outro que se desenvolve em cães, mas não transmissíveis ao homem.
Vacinas para os animais não funcionam com humanos
Há vacinas que protegem os cães contra o coronavírus canino, a V8 e a V10, mas elas não funcionam em seres humanos.
Animais devem ter distanciamento também
O coronavírus sobrevive em superfícies, e ainda há dúvidas se pode resistir sobre o pelo ou a pata do animal. Na dúvida, melhor que eles fiquem em casa e evitem contato com outras pessoas, animais e locais públicos.
Salão suspenso
Banhos, tosas e manicures devem ser suspensas. Para banhos terapêuticos, e, caso de problema de pele, peça orientação ao veterinário. Faça escovação diária e, caso não queira dar banho em casa, use produtos de lavagem a seco. A maior parte das raças pode ficar até dois meses sem banho sem problemas.
Como manter a convivência 24h por dia
Cães precisam gastar energia e, mesmo sem passear, é importante que eles façam alguma atividade. Interagir com os brinquedos, fazer exercícios de adestramento (há tutorias online) e abusar da criatividade para distraí-los. Uma dica que vai ocupá-los por um bom tempo é encher uma garrafa pet com ração para que se divirtam tentando abri-la.
Eles também ficam ansiosos
Cães também se acostumam com rotina e as mudanças podem deixá-los ansiosos. Os sinais de ansiedade são quando eles têm comportamentos diferentes do habitual. O principal deles é roer e comer objetos, como sapatos e móveis.
Ajuste a comida
Se o animal tem tendência à obesidade e vai ficar mais tempo parado, melhor diminuir a quantidade de ração.
Ração e remédios
A recomendação é fazer o pedido por delivery para evitar contato com outras pessoas.
Se precisar sair com os animais, é preciso limpá-los
Se o cãozinho só consegue fazer as necessidades na rua, as regras são as mesmas: ao sair, evite contato com outras pessoas e animais. Não deixem que toquem no animal. Assim que chegar em casa, lave as patinhas do cachorro. E higienize suas mãos, com água e sabão.
Não leve ao veterinário se não for urgente
Clínicas veterinárias também são considerados serviços essenciais e estarão abertos, mas consultas não urgentes e idas ao consultório devem ser evitadas. Apenas vá se for urgente. Os sinais de que algo não vai bem são: animal prostrado, apático e não responsivo ao chamado do dono, mais de três vômitos por dia, inapetência e febre (barriga quente, com temperatura acima de 38,5). Tire dúvidas por telefone com o veterinário de confiança.
Tratamentos seguidos
Mantenha os remédios, conforme a prescrição veterinária. Em caso de tratamentos, como oncológicos ou renais, avalie com o veterinário como e onde manter, sempre com horário marcado e esperando a vez do lado de fora.
Mais tempo em casa, mais limpeza
Com os cães confinados, há maior quantidade de pelos circulando no ambiente. Se eles passarem a fazer as necessidades dentro de casa, a limpeza será maior. Tenha paciência. A melhor forma é utilizar água sanitária nos pisos e manter a casa arejada. Aspirar os cômodos uma vez por dia. E escová-los ao menos uma vez por dia.
Não mude a rotina de banho
Cães devem tomar banho uma vez por semana, saindo ou não de casa. Quem leva no pet para banho deve fazê-lo em casa durante a pandemia.
Lugar de gato é dentro de casa
A rotina do gato não muda muito, já que a recomendação dos veterinários é que eles fiquem sempre em casa, com ou sem pandemia.
Animais de estimação ajudam humanos na quarentena
Ficar em casa com os animais pode ser uma ótima forma de distração e companhia durante o período. Diversos estudos comprovam que os cachorros são terapêuticos e ajudam no controle da ansiedade, muito comum durante o isolamento.
Mas mantenha as regras
O isolamento social dos humanos significa gente em casa, e isso eles gostam (e muito). Mas a rotina vai voltar. Deixe-o sozinho às vezes e não permita coisas das quais vai se arrepender depois. Mantenha as regras e a organização que existia. Se não pode arranhar o sofá, não pode nunca, se não pode dormir na cama, não pode nunca. Ou os animais ficarão confusos.
Fontes: veterinários Nathaly Ituassu, Teresa Gioia e André Bento para O Globo. Matéria adaptada.
A publicação original está neste link AQUI.