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Safra da tainha 2025 começa com clima favorável

Comunidades litorâneas se mobilizam para a chegada da safra da tainha 2025, uma das mais esperadas do calendário pesqueiro catarinense. (Foto: Guilherme Bento / SECOM)

Publicado em 24/04/2025

Com a chegada de maio, o clima no litoral de Santa Catarina é de preparação intensa para a safra da tainha 2025, uma das mais emblemáticas do calendário pesqueiro estadual. Em várias comunidades costeiras, pescadores e colônias organizam redes, embarcações e ranchos, prontos para mais uma temporada que representa sustento, tradição e identidade cultural.

A pesca da tainha, além de garantir renda para milhares de famílias, tem forte ligação com os costumes locais. O comportamento das águas e os ventos do sul — elementos essenciais para atrair os cardumes à costa — estão sendo observados atentamente por pescadores e técnicos da Epagri. As condições climáticas, até o momento, indicam um cenário positivo.

“Já identificamos cardumes em diversos trechos do litoral catarinense. Isso nos dá confiança para uma safra promissora, repetindo os bons resultados do ano passado. A articulação entre o governo estadual e as entidades dos pescadores também tem sido essencial, com ações como o subsídio no óleo diesel para embarcações, que fortalecem o setor”, afirma o secretário de Estado da Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo.

Apesar do otimismo, um impasse judicial traz apreensão: o Governo de Santa Catarina tenta reverter no Supremo Tribunal Federal (STF) a imposição de uma cota específica que restringe a pesca artesanal de tainha apenas no estado. A limitação, estabelecida pelo Governo Federal, é inédita e, segundo o Estado, injusta.

“O governador Jorginho Mello solicitou à Procuradoria-Geral do Estado que buscasse a Justiça para anular essa medida, que entendemos ser inconstitucional por atingir exclusivamente os pescadores catarinenses. É uma decisão discriminatória que não se aplica a outros estados e, por isso, aguardamos uma resposta urgente do ministro Gilmar Mendes, antes da abertura da safra”, reforça o secretário Frigo.

Tradição que atravessa gerações

Mais do que uma atividade econômica, a pesca da tainha é um patrimônio cultural vivo. Ela envolve práticas comunitárias, transmissão de saberes e o espírito coletivo das comunidades. Em Santa Catarina, convivem diversas modalidades autorizadas por normas federais, como o cerco/traineira, o emalhe anilhado e a pesca artesanal de praia, também chamada de “lanço”.

Desde 2019, a pesca artesanal de tainha é reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural do Estado. Nos ranchos, a rotina já é de expectativa e trabalho. Na Praia Brava, por exemplo, o pescador Nildo Vilmar dos Santos relata o clima de preparação: “Estamos organizando tudo — redes, embarcações, o rancho. A turma aqui tem mais de 20 pescadores, e a gente se reveza para manter tudo pronto. A esperança é repetir os bons lanços do ano passado.”

Calendário da pesca da tainha 2025

A safra segue um calendário específico, conforme a técnica de pesca utilizada. Veja os períodos permitidos:

Arrasto de praia: de 1º de maio a 31 de dezembro.

Emalhe anilhado: de 15 de maio a 31 de julho.

Emalhe de superfície (até 10AB): de 15 de maio a 15 de outubro.

Emalhe de superfície (acima de 10AB): de 15 de maio a 31 de julho.

Cerco/traineira: de 1º de junho a 31 de julho.

Essas datas foram definidas por meio de portaria conjunta do Ministério da Pesca e Aquicultura e do Ministério do Meio Ambiente.

Com apoio técnico, mobilização das comunidades e uma temporada climática favorável, a safra da tainha de 2025 promete renovar os laços entre o mar e o povo catarinense — celebrando fartura, resiliência e tradição.

 

 

 

Da redação

Fonte: Secom

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